BRUNA MONTEIRO DE BARROS
da Redação

A quarta rave Fusion volta em sua última edição de 98 mais tranquila do que nas anteriores. Com o público crescendo, segundo os organizadores, de 1.800 pessoas na primeira edição para 5.000 na segunda e 8.000 na terceira, a Fusion - Retrospective... 98 vem sem intenção de bater recordes.
Com apenas uma pista, bons mas poucos nomes na lista de DJs e um flyer (convite) que foge à regra das produções da Fusion, a festa de hoje pode ter uma coisa que está tendendo a desaparecer nas grandes raves: o "vibe", a energia na pista.
Dois DJs ingleses, Vigi e Julian Liberator, tocam hoje. Ambos já tocaram em São Paulo. Vigi, em maio, na segunda versão da Fusion. Julian, no ano passado, quando mostrou seu som nas casas Nation e Fundição Progresso.
Na lista de nacionais, Pil Marques, Camilo Rocha, Dmitri, Mau Mau, Beto D e Roxy. Na seção atrações, a Retrospective traz de volta o bungee jump, que esteve presente em sua última edição. A novidade fica por conta da "cyber room", que trará videogames funcionando a noite toda.
1998
No Brasil, 1998 foi o ano das grandes produções, das megaraves. Foi o ano do grande público. Foi também o ano da produção nacional. Foi em 98 que o calendário de festas se alargou. Ano em que mais apareceu DJ brasileiro. Ano em que muitos dos melhores da cena internacional tocaram por aqui.
Para o DJ Camilo Rocha, essa foi uma das maiores vantagens de 98. "Isso não aconteceu nem com os fãs de rock. O Brasil não viu, por exemplo, o U2 no auge."
Criador do extinto Hells -primeiro after-hours da cidade e uma das principais marcas do surgimento da cena em São Paulo-, o DJ Pil Marques diz que desde o começo "sonhava com esse crescimento". Mas, óbvio, com ele vieram também os contras. "Uma coisa que se vê hoje, e que antes não tinha, são as brigas nas festas."
Para o DJ e produtor Mau Mau, a razão desse problema é o excesso de gente que vai às raves por modismo, e não para dançar e curtir.
No flyer da festa de hoje está escrito que está Fusion é "uma retrospectiva das anteriores e a perspectiva das próximas... em 99". Sendo assim, já que o mercado tem que crescer, o que se espera é que a fórmula "nem-grande-nem-pequena" funcione e que haja muita gente. Gente que esteja ali para dançar e trocar energia (positiva!) ao som da boa música eletrônica.