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ILUSTRADA
Ministério é "frágil", diz CGU
MinC vai rever acordos do primeiro ano de Gil
LAURA MATTOS
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
A Controladoria-Geral da
União concluiu que o Ministério
da Cultura é "frágil em relação ao
controle interno" de seus processos. A avaliação consta de relatório sobre um polêmico contrato
firmado pela pasta em dezembro,
que gerou uma crise, com a saída
de quatro dos principais assessores do ministro Gilberto Gil.
Ontem, o secretário-executivo
do ministério, Juca Ferreira, afirmou que deverão ser revistos todos os acordos assinados no primeiro ano de gestão de Gil pela
Secretaria de Desenvolvimento
de Programas e Projetos.
O órgão era comandado por
Roberto Pinho, exonerado na última segunda-feira, acusado de irregularidades na assinatura de
um convênio entre o ministério e
o Instituto Brasil Cultural. O instituto havia
sido criado quatro meses antes e é
dirigido por Sérgio de Souza Fontes Arruda, funcionário público e
amigo de Pinho.
Segundo o ministério, a assinatura foi coletada por Pinho de forma irregular. "Ele havia sido informado de que o acordo tinha
problemas jurídicos e não avisou
ao ministro", afirma Ferreira.
Pinho disse ontem à Folha que
sua secretaria não assinou diretamente nenhum contrato. "Os
únicos convênios que passaram
por mim foram os do programa
Monumenta, vinculado à secretaria. Ele negou as irregularidades e
afirmou que, por trás de sua exoneração, está uma disputa de poder envolvendo Ferreira e gerada
pela "ausência de Gil" no ministério. Obteve respaldo dos que pediram demissão da pasta anteontem (Marcelo Ferraz, Maria Elisa
Costa e Antonio Risério).
O secretário-executivo classificou essa acusação como "vingança". "As pessoas não costumam ir
a público para assumir seus erros.
Preferem responsabilizar terceiros", disse. Pinho respondeu que
não vai alimentar "esse debate de
palanque".
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva telefonou ontem a Gil, dizendo apoiar suas decisões.
O relatório da Controladoria-Geral da União também questiona a própria implementação das
BACs, a serem construídas em periferias de grandes cidades.
"As BACs estão previstas para
20 localidades, enquanto centros
culturais e bibliotecas já se encontram em milhares de municípios", diz o documento.
Ferreira diz que "o mais importante não é o equipamento, mas o
modelo de gestão e os processos
culturais que vão acontecer nas
BACs".
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