São Paulo, sábado, 19 de fevereiro de 2011 |
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Maior feira de arte de Madri acontece em clima de tensão Crise financeira e concorrência afetam desempenho da Arco ENVIADO ESPECIAL A MADRI A feira de arte espanhola Arco abriu suas portas ao mundo profissional das artes plásticas, na última quarta (16), frente a um futuro drástico: vida ou morte. "É possível que a Arco se encontre diante de sua última oportunidade de seguir", decretou o diretor do Museu Reina Sofia, Manuel Borja-Villel, em artigo no "El País". Ao completar 30 anos, a Arco, de fato, se encontra em uma situação difícil. "A feira perdeu muito sentido após a criação de Basel-Miami, para onde foram os colecionadores de arte latino-americana, e a Frieze, de Londres, que também ganhou importância na arte contemporânea", diz a galerista Luciana Brito. Além da concorrência das feiras, a Espanha encontra-se em grave crise econômica, o que se reflete diretamente na situação dos museus, antes grandes compradores. O cenário é tão difícil que associações ligadas à arte lançaram um manifesto, na última segunda, denunciando a "grave queda do financiamento público" e pedindo maior apoio ao setor. No entanto, a renovação da feira, comandada por seu novo diretor, Carlos Urroz, deu mais fôlego ao evento. Ele dinamizou o espaço reduzindo o número de galerias (de 197 para 238). Além disso, deixou o evento mais internacional com novas seções -como Solo Projects, dedicada à arte latino-americana, e Opening, de galerias estrangeiras com jovens artistas. RENOVAÇÃO "Acho que isso vai dar uma sobrevida à feira, e essa crise econômica não vai durar para sempre", disse, otimista, Luciana Brito, que também faz parte da organização do evento. No total, são cinco brasileiras -em 2008, ano que o país foi o tema da feira, eram 31. Agora, em 2011, a Rússia é a convidada, com apenas oito galerias. Mas, se o Brasil reduziu a participação de galerias, percebe-se que artistas brasileiros estão bastante integrados à cena espanhola. Ao menos 18 artistas estão representados por espaços estrangeiros, como Hélio Oiticica, na prestigiada Lelong, de Paris, ou Ernesto Neto e Vik Muniz, na madrilenha Elba Benitez, e Rosângela Rennó, na La Fabrica. E não são só artistas renomados que possuem tal visibilidade. Novos nomes como Marcelo Moscheta e Sara Ramo também estão por aqui. No final do primeiro dia, alguns galeristas comemoravam que já tinham vendido quase todo o estande. "Só não conta isso porque parece que a maioria não vendeu nada", disse um galerista que pediu anonimato. (FABIO CYPRIANO) O jornalista FABIO CYPRIANO viajou a convite da ARCOmadrid e de Turespana. Texto Anterior: Bailarina de Degas retorna ao Masp em mostra de esculturas Próximo Texto: Crítica/Rock: Radiohead faz música com fiapos de ideias Índice | Comunicar Erros |
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