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Crise com patrocínio enfraquece grade oficial
DA REPORTAGEM LOCAL
Dificuldades na captação de patrocínio atrasaram em algumas
semanas a composição da grade
de espetáculos para a Mostra Oficial deste ano, mais do que nas
edições anteriores, afirma o diretor-geral do FTC, Victor Aronis.
"Definir as peças mais tarde é
sempre um prejuízo", diz Aronis,
41. Ele credita os problemas à
transição política e consequente
indefinição da economia entre o
final do ano e o início deste. O governo do Paraná, por exemplo,
um parceiro recorrente, não destinou verba para o festival deste
ano, orçado em R$ 1,7 milhão.
O mesmo cenário, diz Aronis,
teria reduzido a demanda de produções prontas para se apresentar
em Curitiba. Das 18 montagens da
Mostra Oficial, seis fazem estréia
nacional.
Como ocorre desde o início do
festival, em 1992, a abertura está
programada para o teatro Ópera
de Arame, amanhã à noite. Ficará
a cargo da Fraternal Cia. de Arte e
Malas-Artes (SP), com a comédia
"Auto da Paixão e da Alegria".
O espetáculo estava em temporada paulistana desde agosto do
ano passado. Com texto de Luís
Alberto de Abreu e encenação de
Ednaldo Freire, trata-se do oitavo
projeto da Fraternal dedicado à
investigação da comédia popular
brasileira, que passa pelos arquétipos da commedia dell'arte, circo, teatro de revista e manifestações dramáticas do folclore.
Tudo desemboca na constituição de uma estética própria, sem
excessos cenográficos e em favor
de uma interpretação épica. Eis o
principal desafio que a Fraternal
encontrará no palco do Ópera de
Arame, cujas dimensões, o fosso
da orquestra e falta de acústica
impedem comunicação plena
com a platéia.
Recentemente, os quatro intérpretes de "Auto da Paixão e da
Alegria", Aiman Hammoud, Edgar Campos, Mirtes Nogueira e
Luti Angelelli, se deram bem numa apresentação no "gigante"
Teatro Municipal de São Paulo.
A peça narra as aventuras de
quatro saltimbancos encarregados de contar os acontecimentos
bíblicos sob o viés popular.
"Confiamos que a estrutura épica narrativa do texto e a própria
atuação dos atores vão dar conta
do desafio", diz Freire, 52.
(VS)
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