São Paulo, sexta-feira, 19 de março de 2010

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Crítica

Fagundes acerta com Deus velho e impaciente

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não sei se gosto de "Deus É Brasileiro" (Canal Brasil, 16h30; 12 anos), de Cacá Diegues. De todo ele, quero dizer. Mas gosto imensamente da ideia de um Deus que, em busca de férias, procura um substituto na Terra.
Porque esse é um Deus e também não é. É a antítese da ideia de Deus, de certa forma, do Deus que concebemos como entidade abstrata, onipresente, onisciente.
O Deus que surge no Nordeste, na pele de Antonio Fagundes, é de carne e osso.
À parte algumas demonstrações de poderes, o que tem de divertido é um certo mau humor, ou antes, uma certa impaciência, essa coisa de velho, pois Deus sempre é velho, existe desde sempre e tem de nos suportar todo o tempo.
Com o nordestino Wagner Moura, uma hora ele rejeita os palpites. Noutro momento, não muito distante, lembra que certas coisas têm de ser mudadas neste mundo, como se admitindo que deuses não podem ser infalíveis.
São ótimos momentos, mas não sei dizer, francamente, se sustentam o todo.


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