São Paulo, domingo, 19 de abril de 2009

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Crítica

Comédia de Spielberg aborda guerra

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

A guerra vive na perspectiva do homem. Não estamos num tempo de grandes conflagrações mundiais, mas elas permanecem um fenômeno que chama nossa atenção enormemente. Apenas no presente momento, temos em cartaz em São Paulo "Valsa com Bashir", a bela animação israelense sobre como os soldados sobrevivem após deixarem o front, e "Katyn", reflexão de Andrzej Wajda a respeito da invasão da Polônia na Segunda Guerra e seus efeitos sobre a população.
Isso para não falar dos filmes de guerra, passados e presentes, que passam na TV continuamente. Isso para não falar de "Redacted", a obra-prima de Brian de Palma que, por alguma razão misteriosa, nunca entra em cartaz.
A melhor abordagem da guerra por Steven Spielberg permanece, a meu ver, "1941: Uma Guerra Muito Louca" (TCM, 17h55, não indicado para menores de 12 anos), comédia que toca lateralmente a questão. Aqui, os japoneses atacam diretamente os EUA. Ou melhor, Hollywood: o centro de onde emana a guerra de símbolos que, sabe o inimigo, pode levar ao controle efetivo do mundo.
Hoje se fala muito em guerra de comunicações. Ela pode ser até vital. Mas, a longo prazo, é essa guerra simbólica de que fala Spielberg que faz a diferença. E nós, contamos nessa história? Disse Rogério Sganzerla que "país sem cinema é que nem um país sem luz elétrica".


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