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Para George Takei, série de Gene Roddenberry nunca teve concorrência
DA REPORTAGEM LOCAL
Para George Takei, a série da
qual participou na verdade nunca
teve um digno concorrente no gênero enquanto esteve no ar. ""Jornada nas Estrelas" era ficção científica de verdade", diz o ator.
"Perdidos no Espaço" era só um
conto de fadas no espaço."
Takei foi escalado para interpretar o tenente Sulu, piloto da Enterprise durante as missões da série original de "Jornada nas Estrelas", entre 1966 e 1969. Além de
William Shatner (Kirk) e Leonard
Nimoy (Spock), foi o único a participar da série desde a filmagem
do segundo piloto, ainda em 1965.
Leia a seguir trechos da entrevista que ele concedeu à Folha.
Folha - A série original de "Jornada nas Estrelas" chega agora ao
Brasil em DVD. Ela deve ser encarada meramente como um produto
dos anos 1960, ou há mais que saudosismo para a audiência de hoje?
George Takei - Faz 40 anos desde
a época em que filmamos o segundo piloto que vendeu "Jornada nas Estrelas", e ainda assim a
série me parece muito atual. Nos
anos 1960 as questões que confrontavam a sociedade eram
guerra e paz, corrupção e integridade, preconceito e idealismo, e
força vindo da diversidade. Essas
questões parecem saídas das
manchetes de hoje, não acha?
Folha - O sr. vê então o programa
como algo visionário?
Takei - Gene Roddenberry, o
criador de "Jornada", era um verdadeiro visionário. Tanto do que
era apresentado como ficção
científica e tecnologia especulativa acabou se tornou realidade em
40 anos. Aquele incrível aparelho
de ficção científica que chamávamos de "console", reconhecemos
hoje como o nosso computador.
Aquele aparelho "oh uau!" que
usávamos na cintura e abríamos
para falar com alguém em qualquer lugar era o mesmo que o celular. Hoje, temos robôs perambulando pela superfície de Marte.
Temos uma nave espacial com
uma tripulação composta por
pessoas de todos os continentes
deste planeta. Até russos e americanos trabalhando lado a lado, como em "Jornada nas Estrelas".
Folha - Como o pessoal de "Jornada nas Estrelas" encarava a "concorrência" como a série "Perdidos
no Espaço", da mesma época?
Takei - "Jornada nas Estrelas"
era ficção científica de verdade.
"Perdidos no Espaço" era só um
conto de fadas no espaço.
Folha - O sr. esteve com "Jornada
nas Estrelas" desde o segundo piloto, que vendeu a série à NBC. Excetuando Leonard Nimoy e William
Shatner, o sr. é o "oficial sênior" no
elenco. Lembrando dos tempos em
que tudo começou, já havia laços
entre os membros do elenco?
Takei - Nós todos reconhecíamos "Jornada nas Estrelas" como
televisão muito audaciosa. Sabíamos que era pioneira. Também
sentíamos que era inteligente,
bem escrita. E isso significava que
era arriscada. Sabíamos que o primeiro piloto havia sido rejeitado.
Então cruzamos os dedos.
Folha - A primeira temporada da
série é a que mais mostra o seu personagem, o tenente Hikaru Sulu. O
que o sr. acha do desenvolvimento
do seu personagem?
Takei - Quando há sete membros regulares no elenco, é muito
difícil que todos nós consigamos
nosso lugar ao sol, particularmente quando há uma estrela tão dominante quanto Bill Shatner. Todos nós fizemos campanha para
ter mais espaço para os nossos
personagens. Ninguém achou
que nossos personagens receberam a atenção adequada, mas é
assim que funciona numa série de
televisão.
(SN)
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