São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para George Takei, série de Gene Roddenberry nunca teve concorrência

DA REPORTAGEM LOCAL

Para George Takei, a série da qual participou na verdade nunca teve um digno concorrente no gênero enquanto esteve no ar. ""Jornada nas Estrelas" era ficção científica de verdade", diz o ator. "Perdidos no Espaço" era só um conto de fadas no espaço."
Takei foi escalado para interpretar o tenente Sulu, piloto da Enterprise durante as missões da série original de "Jornada nas Estrelas", entre 1966 e 1969. Além de William Shatner (Kirk) e Leonard Nimoy (Spock), foi o único a participar da série desde a filmagem do segundo piloto, ainda em 1965.
Leia a seguir trechos da entrevista que ele concedeu à Folha.

 

Folha - A série original de "Jornada nas Estrelas" chega agora ao Brasil em DVD. Ela deve ser encarada meramente como um produto dos anos 1960, ou há mais que saudosismo para a audiência de hoje?
George Takei -
Faz 40 anos desde a época em que filmamos o segundo piloto que vendeu "Jornada nas Estrelas", e ainda assim a série me parece muito atual. Nos anos 1960 as questões que confrontavam a sociedade eram guerra e paz, corrupção e integridade, preconceito e idealismo, e força vindo da diversidade. Essas questões parecem saídas das manchetes de hoje, não acha?

Folha - O sr. vê então o programa como algo visionário?
Takei -
Gene Roddenberry, o criador de "Jornada", era um verdadeiro visionário. Tanto do que era apresentado como ficção científica e tecnologia especulativa acabou se tornou realidade em 40 anos. Aquele incrível aparelho de ficção científica que chamávamos de "console", reconhecemos hoje como o nosso computador. Aquele aparelho "oh uau!" que usávamos na cintura e abríamos para falar com alguém em qualquer lugar era o mesmo que o celular. Hoje, temos robôs perambulando pela superfície de Marte. Temos uma nave espacial com uma tripulação composta por pessoas de todos os continentes deste planeta. Até russos e americanos trabalhando lado a lado, como em "Jornada nas Estrelas".

Folha - Como o pessoal de "Jornada nas Estrelas" encarava a "concorrência" como a série "Perdidos no Espaço", da mesma época?
Takei -
"Jornada nas Estrelas" era ficção científica de verdade. "Perdidos no Espaço" era só um conto de fadas no espaço.

Folha - O sr. esteve com "Jornada nas Estrelas" desde o segundo piloto, que vendeu a série à NBC. Excetuando Leonard Nimoy e William Shatner, o sr. é o "oficial sênior" no elenco. Lembrando dos tempos em que tudo começou, já havia laços entre os membros do elenco?
Takei -
Nós todos reconhecíamos "Jornada nas Estrelas" como televisão muito audaciosa. Sabíamos que era pioneira. Também sentíamos que era inteligente, bem escrita. E isso significava que era arriscada. Sabíamos que o primeiro piloto havia sido rejeitado. Então cruzamos os dedos.

Folha - A primeira temporada da série é a que mais mostra o seu personagem, o tenente Hikaru Sulu. O que o sr. acha do desenvolvimento do seu personagem?
Takei -
Quando há sete membros regulares no elenco, é muito difícil que todos nós consigamos nosso lugar ao sol, particularmente quando há uma estrela tão dominante quanto Bill Shatner. Todos nós fizemos campanha para ter mais espaço para os nossos personagens. Ninguém achou que nossos personagens receberam a atenção adequada, mas é assim que funciona numa série de televisão. (SN)


Texto Anterior: DVD: Gigantes da ficção científica da TV voltam à disputa
Próximo Texto: Fotografia: Olha res se cruz am sobre a influ ência afro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.