São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 2011 |
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CRÍTICA DRAMA Filme de Aïnouz é experiência musical ruidosa e turbulenta PEDRO BUTCHER COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CANNES Feito sob encomenda para integrar um amplo projeto que envolve adaptações audiovisuais de canções de Chico Buarque, "O Abismo Prateado" talvez seja um filme menor de Karïm Aïnouz -mas, como todo filme "menor" de um cineasta autoral, traz belos momentos de invenção cinematográfica e de expressão pessoal. Resumindo, o filme é a história de um pé na bunda. Quase tudo, com exceção de um prólogo, se passa nas horas que se seguem ao momento em que Violeta (Alessandra Negrini) ouve uma mensagem em seu celular, em que o marido anuncia a separação. Três vezes ele repete, de forma radical: "Eu não te amo mais". A partir desse impacto, a câmera ganha um caráter radicalmente subjetivo e passa a acompanhar Violeta pelas ruas do Rio, principalmente por Copacabana. Até aí, nada novo. Mas Aïnouz consegue momentos bem emocionantes, com a ajuda de uma entrega sincera de Alessandra Negrini. O trabalho mais curioso do filme, porém, está no uso do som, que o transforma em uma experiência musical ruidosa e turbulenta. Parece vislumbrar o início de possibilidade de paz e harmonia no momento em que a canção "Olhos nos Olhos" irrompe. Os pontos fracos do filme surgem nos diálogos travados por Violeta em sua pequena saga noturna, principalmente a partir do momento em que ela encontra pai e filha, errantes como ela. A situação em si não é ruim, mas a forma com que entram as palavras parece imatura, precipitada. Mais silêncio, aqui, talvez tivesse sido um pouco mais eficaz. O ABISMO PRATEADO AVALIAÇÃO bom Texto Anterior: Polêmica: Von Trier diz simpatizar com Hitler Próximo Texto: Literatura: Norte-americano Philip Roth ganha o Prêmio Man Booker Índice | Comunicar Erros |
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