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SHOW
Grupos capixaba e gaúcho tocam hoje em São Paulo
Bandas Zémaria e Tom Bloch apresentam novo eixo musical
ALEXANDRE MATIAS
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Quem reclama da falta de novidade no cenário pop brasileiro
tem a oportunidade de voltar
quieto para casa após os shows de
hoje à noite.
Vindos de capitais fora do eixo
da rodovia Dutra e musicalmente
alheios às cenas de suas cidades,
Zémaria e Tom Bloch reúnem-se
para mostrar a maturidade da nova música popular feita no Brasil,
além de faixas novas de seus próximos trabalhos, que ainda estão
inéditos.
Capixaba, o Zémaria passa longe do hardcore que, lentamente,
vai colocando a cidade de Vitória
no mapa da música independente
brasileira -mesmo tendo lançado seu primeiro disco pela gravadora Lona Records e com um de
seus principais compositores (o
multiinstrumentista Marcel Dadalto) saído das fileiras do grupo
Dead Fish.
As origens da banda remontam
ao meio dos anos 90, quando ainda se chamava apenas É!, mas, à
medida que a década chegava ao
fim, o sexteto foi tomando contato com a produção digital e logo
estava no meio do território da e-music, fundindo referências brasileiras com o background eclético de rock dos integrantes da banda e os diversos subgêneros da
pista de dança.
Hoje o grupo tem uma reputação considerável, não apenas no
métier digital, que lhe garantiu ser
escalado no festival Skol Beats do
ano passado e ter vários down-
loads de MP3s feitos por seu site
(www.zemaria.art.br, atualmente em manutenção), como entre
os cenários de pop e MPB.
O show de hoje à noite trará
músicas inéditas -como "Solar"
e "Etoile", cantadas pela vocalista
Sanny Lys- do segundo álbum
da banda, que sairá no próximo
semestre, mas ainda não tem casa
definitiva. "Ainda temos forte influência de drum'n'bass", conta o
tecladista e percussionista Humberto Ribeiro, "mas estamos misturando muito, trabalhando deep
house com guitarra distorcida,
muito breakbeat...".
O fato de os integrantes da banda saírem de ambientes completamente diferentes ajuda a moldar as fusões sonoras do grupo.
"O Marcel era do Dead Fish, o Nego Léo [baterista] tocava em uma
banda de dub chamada No Problem, em que o nosso baixista
[Michel Spon] tocava bateria, eu
tocava guitarra em uma banda de
metal chamada System Collapse...", continua Ribeiro. "É muita
referência o tempo todo."
Dupla personalidade
Antes e depois da apresentação
do grupo, dois integrantes do Zémaria mostrarão o lado DJ de
seus trabalhos solo -Marcel assume a persona de Xico Viola, e o
guitarrista Alex Cepille apresenta-se como Zee-La.
Já a banda gaúcha Tom Bloch
também lançou sua primeira demo em 1999 e seu primeiro disco
em 2003. Seu uso da eletrônica
vem mais como uma camada de
ciberverniz, que apenas esfria a
temperatura do pós-punk à brasileira (ecoando as chamadas "bandas da PolyGram" dos anos 80),
que o grupo sobrepõe ao pop radiofônico que primam as bandas
conterrâneas.
Mas fora as gracinhas e a jovem
guarda, entrando no lugar um
certo clima dark, sobretudos e o
vocal dramático de Pedro Verissimo (neto de Erico, filho de Luis
Fernando). Ainda é uma banda
pop, mas algo de tenso -talvez
sinistro- paira sobre o quinteto.
ZÉMARIA E TOM BLOCH.
Show.
Quando: hoje, a partir das 23h. Onde:
Urbano (r. Cardeal Arcoverde, 614,
Pinheiros, SP, tel. 0/xx/11/3085-1001).
Quanto: R$ 15 (mulheres) e R$ 20
(homens).
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