São Paulo, terça-feira, 19 de junho de 2007

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Crítica

Kore-Eda vê defesa de honra no abandono

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Certos comportamentos, ao mesmo tempo extremados e absurdos, existem em toda parte. No Brasil mesmo, de vez em quando, aparece alguém que prendia o filho com cadeado ou coisa parecida.
A diferença com o Japão é que a cadeia hierárquica não tem a mesma rigidez, longe disso. É a isso que nos introduz "Ninguém Pode Saber" (Telecine Cult, 23h45), de Hirozaku Kore-Eda, em que quatro crianças são deixadas pela mãe num apartamento, sendo que três delas são clandestinas.
Sobreviver será o desafio dessas crianças. Mas manter o segredo pedido pela mãe será um ponto de honra, não importa nem mesmo que sobre eles paire a hipótese do abandono materno.
O Japão, que tinha sido substituído pela China (por todas elas) como produtor de mais peso do Oriente, volta, com Kore-Eda e outros, a seu de- vido lugar.
É quase uma questão de equilíbrio ecológico que se vai reencontrando.


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