São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2008

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Crítica

Empatia dos atores conduz "Miss Daisy"

CRÍTICO DA FOLHA

"Conduzindo Miss Daisy" (TC Cult, 18h25, 12 anos) está longe de ser uma obra-prima, mas também está longe de ser o contrário disso. É um filme agradabilíssimo, que a gente pode pegar na TV por acaso e ficar vendo sem compromisso, exceto o de acompanhar o desenrolar dos acontecimentos.
Isso se deve em boa parte à empatia que seus atores conseguem estabelecer com o público. Jessica Tandy, a velha senhora rica e judia, e Morgan Freeman, seu chofer negro, protagonizam uma espécie de fábula da convivência conflituosa (por conta do temperamento dela) e feliz.
Esse registro, o da doçura nas relações, é talvez aquele em que o diretor Bruce Beresford se dá melhor. Essa doçura vem, no limite, também da velha senhora. Mas quem a impõe é, na verdade, o motorista, que com seu jeito submisso a conduz (não apenas como chofer). A esse homem cuja mentalidade faz lembrar a escravatura cabe impor uma sabedoria que vem de baixo. Cabe à senhora compreender. (INÁCIO ARAUJO)


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