São Paulo, quinta-feira, 19 de julho de 2007

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Mercadoria superstar

Robôs de "Transformers" chegam às telas dirigidos por Michael Bay, depois de passarem por brinquedos e desenhos

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles já estão entre nós e, dado seu tamanho, vai ser difícil não notá-los. "Transformers", o filme baseado na linha de brinquedos homônima, está em cartaz nos cinemas nacionais em esquema de pré-estréia -a abertura oficial é amanhã.
O tamanho, no caso, não é apenas dos gigantescos robôs produzidos por efeitos especiais, mas da campanha de marketing que envolve este que é um dos melhores exemplos de filme como veículo de propaganda comercial.
Os robôs que viram carros, criados pela norte-americana Hasbro, em 1984, a partir de uma série de produtos japoneses, mudaram o padrão de brinquedos (eram bonecos e máquinas ao mesmo tempo) e perpetuaram uma idéia vencedora: a de que era preciso criar sagas para os brinquedos, para aguçar o instinto completador das crianças e vender mais.
A Hasbro organizou os robôs em uma narrativa básica (a mesma do filme: dois grupos de máquinas alienígenas que lutam na Terra, os heróis Autobots, pró-humanos, e os vilões Decepticons) e deu-lhes também um desenho animado.
O sucesso foi imediato e transformou os personagens em cult na década de 80. Em seus oito anos iniciais, os Transformers geraram US$ 1 bilhão em vendas.

Rei do blockbuster
Para dirigir a atual adaptação para as telas, produzida por Steven Spielberg, foi convidado um dos reis do blockbuster hollywoodiano, Michael Bay (diretor de "A Rocha", "Armageddon" e "Pearl Harbour").
Mesmo tendo sido chamado pessoalmente por Spielberg, Bay titubeou antes de aceitar.
"Já haviam me oferecido vários filmes de super-heróis antes e eu achava que este seria um filme tolo sobre brinquedos", disse o cineasta em entrevista concedida no mundo virtual do site Second Life.
Não ficou claro se foi a perspectiva de faturar muito que mudou a opinião de Bay, mas é fato que a enorme ansiedade dos fãs com a adaptação já permitia prever o sucesso financeiro do filme, que estreou quebrando recordes e já faturou mais de US$ 375 milhões (quase R$ 700 milhões) no mundo.
Boa parte do sucesso certamente deve-se ao estilo de cinema-rodízio, no qual Bay é especialista, servindo aperitivos para todos os gostos: há ação às toneladas, muito humor, protagonistas que representam os mais variados estereótipos adolescentes, sacadas e citações para os mais perspicazes.
E há também muita propaganda, amparada por efeitos especiais sensacionais: os robôs não viram apenas carros variados mas também celulares, consoles de videogame e aparelhos de som. Para não falar da a quantidade de mercadoria que deriva do filme, que inclui brinquedos e jogos de vários tipos.
E, como a caixa registradora não pode parar, "Transformers 2", que é indicado no final do primeiro filme, já está em desenvolvimento, com previsão para ser lançado em 2009.


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