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Mercadoria superstar
Robôs de "Transformers" chegam às telas dirigidos por
Michael Bay, depois de passarem
por brinquedos e desenhos
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL
Eles já estão entre nós e, dado seu tamanho, vai ser difícil
não notá-los. "Transformers",
o filme baseado na linha de
brinquedos homônima, está
em cartaz nos cinemas nacionais em esquema de pré-estréia
-a abertura oficial é amanhã.
O tamanho, no caso, não é
apenas dos gigantescos robôs
produzidos por efeitos especiais, mas da campanha de marketing que envolve este que é
um dos melhores exemplos de
filme como veículo de propaganda comercial.
Os robôs que viram carros,
criados pela norte-americana
Hasbro, em 1984, a partir de
uma série de produtos japoneses, mudaram o padrão de brinquedos (eram bonecos e máquinas ao mesmo tempo) e perpetuaram uma idéia vencedora: a de que era preciso criar sagas para os brinquedos, para
aguçar o instinto completador
das crianças e vender mais.
A Hasbro organizou os robôs
em uma narrativa básica (a
mesma do filme: dois grupos de
máquinas alienígenas que lutam na Terra, os heróis Autobots, pró-humanos, e os vilões
Decepticons) e deu-lhes também um desenho animado.
O sucesso foi imediato e
transformou os personagens
em cult na década de 80. Em
seus oito anos iniciais, os
Transformers geraram US$ 1
bilhão em vendas.
Rei do blockbuster
Para dirigir a atual adaptação
para as telas, produzida por
Steven Spielberg, foi convidado
um dos reis do blockbuster
hollywoodiano, Michael Bay
(diretor de "A Rocha", "Armageddon" e "Pearl Harbour").
Mesmo tendo sido chamado
pessoalmente por Spielberg,
Bay titubeou antes de aceitar.
"Já haviam me oferecido vários filmes de super-heróis antes e eu achava que este seria
um filme tolo sobre brinquedos", disse o cineasta em entrevista concedida no mundo virtual do site Second Life.
Não ficou claro se foi a perspectiva de faturar muito que
mudou a opinião de Bay, mas é
fato que a enorme ansiedade
dos fãs com a adaptação já permitia prever o sucesso financeiro do filme, que estreou quebrando recordes e já faturou
mais de US$ 375 milhões (quase R$ 700 milhões) no mundo.
Boa parte do sucesso certamente deve-se ao estilo de cinema-rodízio, no qual Bay é especialista, servindo aperitivos
para todos os gostos: há ação às
toneladas, muito humor, protagonistas que representam os
mais variados estereótipos
adolescentes, sacadas e citações para os mais perspicazes.
E há também muita propaganda, amparada por efeitos especiais sensacionais: os robôs
não viram apenas carros variados mas também celulares,
consoles de videogame e aparelhos de som. Para não falar da a
quantidade de mercadoria que
deriva do filme, que inclui brinquedos e jogos de vários tipos.
E, como a caixa registradora
não pode parar, "Transformers
2", que é indicado no final do
primeiro filme, já está em desenvolvimento, com previsão
para ser lançado em 2009.
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