São Paulo, quinta-feira, 19 de julho de 2007

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Filme é lançado com entrevista virtua

Perguntas sobre "Transformers" são filtradas por um moderador em coletiva com diretor e elenco, no site Second Life

Entrevista aconteceu em área virtual que reproduzia cenário militar do filme, com robôs e avatares dos atores e de Michael Bay

DA REPORTAGEM LOCAL

Quando o repórter da Folha chega para a entrevista coletiva com o diretor Michael Bay e o elenco de "Transformers", se surpreende ao notar que, atrás dos entrevistados, está o temível Megatron, um robô da altura de um prédio de 20 andares.
Mais do que isso, dois dos Transformers estão ali como participantes, um deles sentado numa cadeira na primeira fila. É claro que isso não pode ser real, e não é: o repórter está em sua primeira coletiva no mundo virtual do Second Life (www.secondlife.com).
Espécie de video game on-line que recria cenários do mundo real e incontáveis outros de fantasia, onde cada pessoa cria um avatar (sua representação virtual) para interagir, o Second Life permite explorações visuais que deixam longe o ambiente careta dos hotéis onde as entrevistas acontecem no mundo real -e custam menos.
A coletiva de "Transformers", por exemplo, é feita em uma área que recria um cenário militar do longa, cheia de robôs, e que dá a sensação de estar andando dentro do filme.
Os avatares dos entrevistados sentam-se em cadeiras à frente dos jornalistas (dos mais diversos países, todos reunidos ali sem sair de sua cidade) e respondem às perguntas (que são feitas por escrito, como num chat) conversando ao vivo, sendo possível ouvir suas respostas em tempo real.
Ao final, os participantes recebem por e-mail um link em que podem acessar uma transcrição da entrevista, além da versão original em mp3 e vídeo.
Do ponto de vista jornalístico, no entanto, a experiência não é tão animadora.
Diferentemente de uma coletiva normal de lançamento de filme, em que o jornalista pode perguntar diretamente ao entrevistado o que quiser -ganha quem pergunta mais rápido ou mais alto, mas, em geral, todos têm chance de fazer pelo menos uma pergunta-, na virtual havia um moderador recebendo e filtrando as questões.
Como resultado, nenhum questionamento mais incisivo ou crítico sobre o filme -e era possível vê-los sendo formulados, já que o texto digitado aparecia na tela- chegou até Bay ou o elenco. E não adiantava nem voar por cima dos entrevistados ou tentar estapear o avatar do diretor para chamar a atenção, como alguns fizeram.
(MARCO AURÉLIO CANÔNICO)


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