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Filme é lançado com entrevista virtua
Perguntas sobre "Transformers" são filtradas por um moderador em coletiva com diretor e elenco, no site Second Life
Entrevista aconteceu em área virtual que reproduzia cenário militar do filme, com robôs e avatares dos atores e de Michael Bay
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando o repórter da Folha
chega para a entrevista coletiva
com o diretor Michael Bay e o
elenco de "Transformers", se
surpreende ao notar que, atrás
dos entrevistados, está o temível Megatron, um robô da altura de um prédio de 20 andares.
Mais do que isso, dois dos
Transformers estão ali como
participantes, um deles sentado numa cadeira na primeira
fila. É claro que isso não pode
ser real, e não é: o repórter está
em sua primeira coletiva no
mundo virtual do Second Life
(www.secondlife.com).
Espécie de video game on-line que recria cenários do mundo real e incontáveis outros de
fantasia, onde cada pessoa cria
um avatar (sua representação
virtual) para interagir, o
Second Life permite explorações visuais que deixam longe o
ambiente careta dos hotéis onde as entrevistas acontecem no
mundo real -e custam menos.
A coletiva de "Transformers", por exemplo, é feita em
uma área que recria um cenário militar do longa, cheia de
robôs, e que dá a sensação de
estar andando dentro do filme.
Os avatares dos entrevistados sentam-se em cadeiras à
frente dos jornalistas (dos mais
diversos países, todos reunidos
ali sem sair de sua cidade) e
respondem às perguntas (que
são feitas por escrito, como
num chat) conversando ao vivo, sendo possível ouvir suas
respostas em tempo real.
Ao final, os participantes recebem por e-mail um link em
que podem acessar uma transcrição da entrevista, além da
versão original em mp3 e vídeo.
Do ponto de vista jornalístico, no entanto, a experiência
não é tão animadora.
Diferentemente de uma coletiva normal de lançamento
de filme, em que o jornalista
pode perguntar diretamente ao
entrevistado o que quiser -ganha quem pergunta mais rápido ou mais alto, mas, em geral,
todos têm chance de fazer pelo
menos uma pergunta-, na virtual havia um moderador recebendo e filtrando as questões.
Como resultado, nenhum
questionamento mais incisivo
ou crítico sobre o filme -e era
possível vê-los sendo formulados, já que o texto digitado aparecia na tela- chegou até Bay
ou o elenco. E não adiantava
nem voar por cima dos entrevistados ou tentar estapear o
avatar do diretor para chamar a
atenção, como alguns fizeram.
(MARCO AURÉLIO CANÔNICO)
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