São Paulo, segunda-feira, 19 de julho de 2010

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Ortiz celebra bicentenário de Chopin

A pianista faz duas apresentações no Festival de Campos do Jordão, onde também ministra master classes

A artista, que já fez de 80 a 90 performances por ano, atualmente faz entre 30 e 40 concertos "bem escolhidos"

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pianista baiana radicada na Europa há 38 anos, Cristina Ortiz vem ao Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão para tocar Chopin no piano que ela mesma escolheu, e, de quebra, ministrar master classes para compartilhar com os alunos do festival sua visão do compositor polonês, cujo bicentenário de nascimento é celebrado em 2010.
"Muitos jovens tocam Chopin praticamente de ouvido, sem estudar direito a parte. Mesmo hoje em dia, ainda descubro coisas novas em Chopin às vésperas de um concerto", afirma a pianista, que completou 60 anos em abril último, e falou à Folha por telefone, de Londres.
Na sexta (dia 23), no Auditório Cláudio Santoro, ela dá um recital em que apresenta os quatro scherzos e as quatro baladas do músico nascido na Polônia.
Na quarta (dia 28), no mesmo local, executa o segundo concerto para piano e orquestra de Fryderyk Chopin (1810-1849), com a Sinfônica Municipal, sob a batuta de Rodrigo de Carvalho.
Em ambas as ocasiões, ela dedilha um dos dois Steinway que foi a Hamburgo (Alemanha) selecionar em 19 de maio. O par de pianos está sendo utilizado no festival e, depois do encerramento do evento, vem para a Emesp Tom Jobim, em São Paulo.
"Escolher piano é muito difícil, porque o pianista não se ouve. Você nunca sabe o som que tem. Não é como o violino, em que o instrumentista cria o som", conta Ortiz, que teve auxílio do também pianista Paulo Braga.
"Sou oito ou 80, então toquei de cara Mozart e Brahms, porque o piano tem que servir para ambos", explica, referindo-se ao contraste entre as exigências de transparência e delicadeza do autor da "Flauta Mágica" e as demandas por volume sonoro do criador do "Réquiem Alemão".
Se na juventude ela tinha uma rotina de 80 a 90 apresentações ao ano, hoje faz entre 30 e 40, que define como "bem escolhidas". "Preciso ter tempo para viver uma outra vida fora dos palcos, e essa outra vida me torna, inclusive, uma melhor artista."
Ela está negociando com o selo Naxos a gravação dos 24 prelúdios do britânico York Bowen (1884-1961), e mantém o compromisso com a música brasileira.
"2009 foi o ano Villa-Lobos, então agora estou dando um descanso a ele. Ano que vem, no Concertgebouw, de Amsterdã, vou tocar o "Concertino", de Camargo Guarnieri, uma obra que gostaria de gravar, ao lado de outros concertos para piano e orquestra de autores nacionais, como Lorenzo Fernandez, Nepomuceno e Hekel Tavares", diz ela.


CRISTINA ORTIZ

QUANDO sex. (dia 23) e qua. (dia 28), às 21h
ONDE Auditório Cláudio Santoro (av. Dr. Luís Arrobas Martins, 1.880, Campos do Jordão, tel. 0/ XX/12/3662-2334)
QUANTO R$ 60 (28/7) e R$ 80 (23/7)



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