|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Encontro popular no Ceará protesta contra globalização
PAULO MOTA
da Agência Folha, em Fortaleza
"Um brado contra a globalização". É com esse slogan que emboladores, repentistas, sanfoneiros,
xilogravuristas, artesãos, integrantes de bumba-meu-boi e maracatus reúnem-se, até amanhã,
em Crato (516 km ao sul de Fortaleza), no "Primeiro Encontro Popular de Culturas do Nordeste".
O cineasta Rosemberg Cariry,
secretário de Cultura de Crato e
um dos organizadores do evento,
diz que a pauta do encontro traduz
um manifesto pela "afirmação das
raízes da cultura do Nordeste num
mundo globalizado".
Ele espera que cerca de 800 mil
pessoas participem do encontro.
Segundo Cariry, cerca de 50 mil
pessoas reuniram-se em torno de
uma apresentação coletiva de 40
grupos folclóricos e um show de
Belchior, no domingo passado, na
abertura do evento.
Cariry, que dirigiu "Corisco e
Dadá", diz que a região do Cariri,
onde está situada Crato, foi escolhida para abrigar o evento porque
"funciona" como uma espécie de
"caldeirão" de todas as vertentes
culturais do Nordeste.
"Os índios Cariris estão aqui
desde tempos imemoriais. Os portugueses ibéricos vieram há 300
anos. Por aqui passaram também
os judeus holandeses expulsos de
Pernambuco e os negros dos canaviais", diz
Cariry diz que o evento deve ser
itinerante, sendo realizado a cada
ano em um cidade do Nordeste.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|