São Paulo, sábado, 19 de julho de 1997.



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Encontro popular no Ceará protesta contra globalização

PAULO MOTA
da Agência Folha, em Fortaleza

"Um brado contra a globalização". É com esse slogan que emboladores, repentistas, sanfoneiros, xilogravuristas, artesãos, integrantes de bumba-meu-boi e maracatus reúnem-se, até amanhã, em Crato (516 km ao sul de Fortaleza), no "Primeiro Encontro Popular de Culturas do Nordeste".
O cineasta Rosemberg Cariry, secretário de Cultura de Crato e um dos organizadores do evento, diz que a pauta do encontro traduz um manifesto pela "afirmação das raízes da cultura do Nordeste num mundo globalizado".
Ele espera que cerca de 800 mil pessoas participem do encontro. Segundo Cariry, cerca de 50 mil pessoas reuniram-se em torno de uma apresentação coletiva de 40 grupos folclóricos e um show de Belchior, no domingo passado, na abertura do evento.
Cariry, que dirigiu "Corisco e Dadá", diz que a região do Cariri, onde está situada Crato, foi escolhida para abrigar o evento porque "funciona" como uma espécie de "caldeirão" de todas as vertentes culturais do Nordeste.
"Os índios Cariris estão aqui desde tempos imemoriais. Os portugueses ibéricos vieram há 300 anos. Por aqui passaram também os judeus holandeses expulsos de Pernambuco e os negros dos canaviais", diz
Cariry diz que o evento deve ser itinerante, sendo realizado a cada ano em um cidade do Nordeste.



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