São Paulo, domingo, 19 de agosto de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fernanda D'Umbra deixa grupo por projetos paralelos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Há dez anos, ao se juntar à companhia Cemitério de Automóveis, Fernanda D'Umbra, 36, "queria meter a mão em tudo". Em abril passado, ao se dar conta de que mãos lhe faltavam para conciliar projetos coletivos e aspirações individuais, renunciou à fidelidade ao grupo -no qual acumulava as funções de atriz e diretora de produção.
"Começou como uma gincana de escola e acabou virando a minha vida toda. Só tinha sossego em cena", desabafa, ao se referir às tarefas de produção.
O "desquite" foi na pele de Amsterdam, em "A Frente Fria que a Chuva Traz", na mostra de repertório do Cemitério. "Foi um horror. Só eu sabia que era a última vez. No fim, senti um misto de dor e libertação."
D'Umbra diz que o volume de trabalho nas duas frentes do grupo era incompatível com os projetos paralelos. "A companhia estava um pouco dependente de mim, e eu, enlouquecendo como criadora, querendo dirigir. Quando comecei a sair, fiz falta no Cemitério. Não tinha como me dedicar 100%. O grupo tem 25 anos. Eu estava lá havia dez. Ele existe sem mim, mas eu não existo sem mim."
A ruptura foi amigável. Tanto que a lista de parcerias futuras com o ator, dramaturgo e fundador do Cemitério, Mário Bortolotto, só faz crescer. "Vou dirigi-lo no monólogo "Guitar Man", em setembro. Estou também no elenco de "Brutal", que ele deve remontar. As coisas não mudaram, melhoraram."
Quanto à década passada na companhia, ela já sabe do que não sentirá saudades. "Em alguns momentos, era como se tivesse um "personal dramatist" em casa [ela foi casada com Bortolotto]. Em grupo, você começa a achar que as pessoas têm o compromisso de lhe dar grandes papéis. Tira de você a responsabilidade de construir sua história, sua obra."
D'Umbra agora negocia os direitos de um monólogo sobre a soldado americana Lynndie England, clicada subjugando presos de Abu Ghraib (Iraque).
Fora dos palcos, experimentou a TV com a série "Mothern" (GNT) e o teleteatro "Billy, a Garota" (Cultura). "Mente quem diz que nunca pensou em fazer TV. Ela me interessa como linguagem, na frente e atrás das câmeras." Mas há algo mais íntimo no flerte com o veículo. "Tenho fetiche em me apresentar para quem não me conhece." (LP E LN)


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Nas lojas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.