São Paulo, quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Folha explica A ORIGEM

Filme-enigma de Christopher Nolan gera discussões sobre significado e citações ocultas ou óbvias em sua trama onírica

Divulgação
Cena do longa de ficção científica "A Origem"

IVAN FINOTTI
DE SÃO PAULO

Certa vez o sábio taoísta Chuang Tzu sonhou que era uma borboleta. Ao acordar, entretanto, ele não sabia mais se era um homem que sonhara ser uma borboleta ou uma borboleta que agora sonhava ser um homem.
Será que Dom Cobb está sonhando? Será que a vida real é esta mesma ou somos nós que sonhamos?
Alguns podem ir ao cinema para assistir "A Origem", de Christopher Nolan ("Batman - O Cavaleiro das Trevas") e achar tão chato que vão sonhar de verdade, dormindo na fase de sono REM.
Mas outros estão sonhando acordados. Em blogs, sites e grupos de discussão, os já fanáticos pelo filme de Nolan apontam referências (de mitologia grega), veem citações (de "Lost"), tecem teorias malucas e conspiratórias (o sonho dentro do sonho).
Alguns acusam o diretor de copiar filmes os mais variados, de "Blade Runner" (1982) a "eXistenZ" (1999), de se inspirar em "2001 - Uma Odisséia no Espaço" (1968) e até de roubar a ideia de um quadrinho do Tio Patinhas de 2002.
O fato é que Nolan acertou o alvo. E ele sabia do potencial "nerdístico" de seu filme. Tanto é que cogitou mudar a canção que toca no filme todo, "Non, Je Ne Regrette Rien", com Edith Piaf, porque uma das atrizes escaladas, Marion Cotillard, havia vivido a cantora francesa em um filme de 2007.
"Foi pura coincidência", declarou o diretor, que já havia deixado enigmas o suficiente em seu filme de duas horas e 28 minutos para permitir que dúvidas assim confundissem ainda mais o espectador. Nolan cogitou mudar a canção, mas resolveu mantê-la.
Além da música, uma boa diversão de "A Origem" é identificar os objetos impossíveis deixados por Nolan ao longo do filme. A escada de Penrose, criada pelo psiquiatra britânico Lionel Penrose, aparece diversas vezes na tela -e também inspirou o quadro que tenta explicar facetas do longa na página E4.
Melhor ir ver o filme e não pensar em escadas... No que você está pensando agora?


Texto Anterior: Mônica Bergamo
Próximo Texto: Bilheteria: Filme perdeu liderança para desenho
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.