São Paulo, quinta-feira, 19 de agosto de 2010

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Nova lei de direitos autorais recebe críticas

DANIEL MÉDICI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em evento do Fórum do Livro pelo Direito Autoral, realizado ontem na 21ª Bienal do Livro de SP, especialistas estrangeiros criticaram o novo texto da lei de direitos autorais, que está disponível para consulta pública até 31/ 8.
Para Jens Bammel, secretário-geral da Associação Internacional de Editores, o projeto brasileiro desrespeita a Convenção de Berna de 1886, que impôs restrições à propriedade intelectual seguidas em todo o mundo.
"A lei brasileira foi escrita com viés ideológico, não pragmático", afirmou. Segundo ele, o artigo 46 da nova redação defende a quebra sistemática do copyright.
As regras internacionais instituem que isso só deve ser permitido em três situações: em casos excepcionais -como a publicação de livros em braile-, quando este caso não impeça a exploração comercial da obra e que não cause prejuízo injustificado ao proprietário dos direitos.
"O que se discute é a abrangência destas restrições", disse Fernando Zapata López, diretor do Cerlalc, instituição para o fomento do livro na América Latina.
O Ministério da Cultura, que propõe a mudança na lei, diz que o projeto trata a questão do direito autoral numa "dimensão cidadã".
Para o ministro Juca Ferreira, "o autor deve ser sempre remunerado. Mas, na medida em que reconhecemos o direito da cópia individual, garantimos o acesso da sociedade ao conhecimento".
Apesar das críticas, Bammel disse achar que o conteúdo colaborativo será encorajado pelas novas tecnologias.


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