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Debate na Bienal do Livro questiona estereótipos sobre José Saramago
DE SÃO PAULO - Principal evento
de ontem da Bienal do Livro de
São Paulo, a mesa "Tributo a
José Saramago" procurou revelar um lado mais íntimo do
Prêmio Nobel de Literatura,
morto em junho, aos 87 anos.
A imagem de um crítico comunista radical cedeu lugar a
exemplos singelos do cotidiano de Saramago.
Iniciada às 19h, a palestra
com o editor Luiz Schwarcz, o
escritor João Marques Lopes e
o cineasta Miguel Gonçalves
Mendes lotou o principal espaço de debate da Bienal.
No início da palestra, Mendes exibiu seis minutos do documentário inédito "José e Pilar", focado na relação de Saramago com a mulher, a jornalista espanhola Pilar del Río.
"Sempre irritou-me a imagem que faziam dele de ranzinza e turrão. Tentei mostrar o
lado íntimo", disse o cineasta.
Schwarcz, dono da Companhia das Letras e editor de Saramago no Brasil, comentou
que o escritor português tinha
grande carinho pelo Brasil.
"Foi justamente no Brasil
que decidiu escrever "Caim",
seu último romance", disse.
Lopes, autor de "Saramago
Biografia" (ed. Leya), afirmou
que a crítica brasileira teve um
importante papel no estabelecimento da obra de Saramago.
As primeiras teses universitárias sobre o autor, segundo
ele, vieram de universidades
brasileiras.
Schwarcz, que foi amigo íntimo de Saramago, contou que
o Nobel ficou muito emocionado com as homenagens que recebeu em sua última passagem pelo país, em 2008.
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