São Paulo, quarta-feira, 19 de setembro de 2001

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MÚSICA

Edição deste ano do festival, que acontece em outubro, terá 37 atrações e um palco dedicado à música eletrônica

Penúltimo Free Jazz é o maior de todos

CLAUDIA ASSEF
DA REPORTAGEM LOCAL

A edição mais dançante do Free Jazz Festival, com direito a um palco inteiro dedicado à música eletrônica de pista e com o maior número de atrações (37 artistas), é a penúltima da história.
"Por causa das leis antitabagistas, a Souza Cruz vai patrocinar o último Free Jazz no ano que vem. Depois disso, não sabemos ainda se o patrocínio será substituído ou se o festival deixará de acontecer", disse Monique Gardenberg da Dueto Produções.
Os shows, que acontecem dias 25, 26 e 27 de outubro no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio, e nos dias 26, 27 e 28 do mesmo mês, no Jockey Club, em São Paulo, também já têm preço de ingresso definido: de R$ 30 (palco Cream, a "casa noturna" do festival) a R$ 70 (palco club, onde acontecem os shows de jazz).
Conforme a Folha adiantou, o line-up desta 16ª edição confirma a tendência vanguardista a que o festival vem se propondo.
E, pela primeira vez, este ano a grade do festival foi anunciada com uma atração ainda a ser definida. "Os atentados de Nova York atrasaram as negociações com o artista de hip hop que queríamos trazer", disse Gardenberg.
Os possíveis nomes a ocupar o palco New Directions, ainda a serem definidos, são o produtor Timbaland ou o cantor de two-step Craig David ou ainda o senegalês Baaba Maal.
No Main Stage, estarão os islandeses do Sigur Rós, os escoceses do Belle & Sebastian, os californianos do Grandaddy e a cantora de inclinação funk/soul Macy Gray, além do combo de DJs Roni Size & The Reprazent e da estranheza eletrônica do DJ e produtor Richard D. James, mais conhecido como Aphex Twin.
No palco New Directions, as atrações internacionais de destaque são a banda anglo-colombiana Sidestepper, com seu trip hop latino, e os cubanos do Orishas, que misturam rap à música tradicional da ilha.
A escalação pop foi buscar nomes quentíssimos no exterior: Macy Gray virá ao Brasil menos de um mês depois do lançamento de seu segundo CD, "The Id"; Aphex Twin, rei da IDM ("música eletrônica inteligente"), chega ao país em meio à turnê de "Drukqs", seu novo e estranho disco duplo; Sigur Rós, os islandeses, acabam de ser aplaudidos por público e crítica da Europa e dos EUA, onde acabam de fazer turnê.
Mas o que deve fazer o Free Jazz tremer, literalmente, é o palco Cream, que promete repetir a balada da casa noturna homônima, baseada em Liverpool.
Deverá ser realizado nesse palco o show mais sacolejante do festival: o do inglês Norman Cook, o Fatboy Slim. O moço deve trazer em seu set faixas do disco mais recente, "Between the Gutter and the Stars", que, nas apresentações ao vivo, costumam virar novas músicas. "Para o pop, a vinda do Fatboy equivale a um show do U2", disse Felipe Venancio, consultor do palco Cream.
Para quem gostou do disco, outra boa notícia. A cantora Macy Gray, cujos melhores momentos são as participações que fez no CD de Fatboy, pode se apresentar junto com o DJ, uma vez que eles se apresentam na mesma noite.
"Macy Gray não pertence ao grupo das cantoras de soul açucaradas, como muitas. Ela é da mesma esfera da Erika Baduh", compara Zuza Homem de Melo, um dos curadores do evento.
Os ingressos para o Free Jazz estarão à venda pela internet a partir de 1º de outubro no www.freejazz.com.br, que entra no ar à meia-noite de hoje e terá informações sobre pontos-de-venda.



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