São Paulo, sexta-feira, 19 de outubro de 2007 |
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THIAGO NEY Sobre Cobain e tecno Mais do que um filme, "Sobre um Filho" são entrevistas com o líder do Nirvana ilustradas por imagens
É MEIO desconcertante assistir
ao filme "Kurt Cobain - Sobre
um Filho", que será exibido
na Mostra de São Paulo a partir de
amanhã (às 23h10, no Reserva Cultural). Desconcertante pelo tema e
por se tratar de cinema. "Sobre um Filho" vale, então, pelos depoimentos de Cobain e seus conflitos. Ele sentia que era um adolescente como qualquer outro, "com 90% dos mesmos problemas", mas, ao mesmo tempo, não conseguia se encaixar em nenhuma turma. Cobain diz que, sobre o som do Nirvana, sempre desejou que fosse um cruzamento entre "Beatles e Black Sabbath no começo". E a conversa chega a ser desconcertante quando Cobain diz, por exemplo, que "gostaria de estourar a cabeça", a respeito da crônica dor de estômago que o persegue. Cobain relembra da época em que conheceu o baixista Krist Novoselic na escola e de como ficou hipnotizado por Courtney Love quando a viu. Não há imagens de Kurt Cobain ou do Nirvana, e a trilha sonora é composta por músicas de gente que o vocalista idolatrava, como Queen, Mudhoney, David Bowie e Creedence Clearwater Revival. "Sobre um Filho" me fez lembrar de uma coisa engraçada. Hoje Kurt Cobain e o Nirvana são endeusados por todo o mundo. Justo. Mas, antes de 1994, quando a banda estava na ativa, a história era bem diferente. Era comum ler em jornais e revistas (de fora e daqui do Brasil) argumentos como Kurt Cobain era "marqueteiro"; que o Nirvana "copiava" bandas como Pixies; que o Nirvana era "comercial demais", por isso tocava na MTV; que Cobain "não conseguia cantar e tocar guitarra ao mesmo tempo"; que foi um show "ruim" aquele no Morumbi, no Hollywood Rock de 1993. São reações que acontecem com bandas e artistas novos ainda hoje. Não sei se é excesso de ceticismo ou um certo esnobismo. Valentino Kanzyani, Umek e Marko Nastic hoje, no Clash. Ricardo Villalobos no D-Edge, amanhã. Daniel Bell no Vegas, na madrugada de domingo. Fim de semana tecno. thiago@folhasp.com.br Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Artes: Ferreira Gullar autografa novo livro hoje no Rio Índice |
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