São Paulo, sexta-feira, 19 de outubro de 2007

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Trecho

Hoje, os olhos verdes de minha mãe estão baços. E, quando olho para eles sem nada encontrar, eu me pergunto onde andará a mulher que conheci. Em que mundo, em que compartimento, vagará sua mente, seu cerne ou alma -seu verdadeiro eu?
Podemos acreditar que a consciência se preserva além da morte, mas o que pensar diante de alguém que permanece entre nós, porém morto em vida? Esse lento esfacelar-se, esse desfazer-se, como compreendê-lo? E para onde vão os sonhos de quem está (mas não está mais) aqui?
O que sonhará minha mãe, ela, que já caminha por essa região sombria, tão próxima da morte? Trecho de "O Lugar Escuro", de Heloísa Seixas


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