São Paulo, quarta, 19 de novembro de 1997.




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Museu Lasar Segall refaz trajetória de Jenny Klabin

Divulgação
A partir da esq., Maurício Segall, Beatriz Segall, Lasar Segall, Jenny Klabin, Raquel Arnaud, Oscar Klabin


FERNANDO OLIVA
da Redação

Em fevereiro de 1959, dois anos após a morte de Lasar Segall (1891-1957), Jenny Klabin Segall recebeu uma carta do diretor do MoMA (Museu de Arte Moderna), de Nova York, pedindo a doação de "Floresta Ensolarada" (1955).
Jenny recusou o pedido e não se desfez da tela. Por conta desse tipo de determinação, conseguiu reunir e documentar, de maneira exemplar e inédita no país, a obra do pintor Lasar Segall, seu marido por mais de 30 anos.
A mostra "Jenny Klabin Segall e a Idealização do Museu Lasar Segall", que estréia hoje, conta esse percurso por meio de pinturas, desenhos, painéis fotográficos, cartas e outros documentos de época.
Estão expostas cinco telas e oito desenhos em que o pintor retratou sua mulher. Além de exemplares de livros traduzidos para o português por Jenny, como "Fausto", de Goethe, e obras de Racine, Corneille e Molière.
Hoje, se a produção do pintor lituano fixado no Brasil é a que está menos dispersa dentre seus contemporâneos brasileiros -Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Oswaldo Goeldi, Ismael Nery-, o mérito é todo dela.
Em agosto de 1957, logo após a morte do pintor, Jenny deu início a um trabalho compulsivo de catalogação e autenticação das obras. No fim daquele mesmo ano, esse trabalho já estava praticamente terminado -incluindo uma autenticação de 25 de dezembro.
Em 1966, após ter promovido mostras de Segall em 12 cidades européias e 3 de Israel e transformado sua casa no que hoje é o Museu Lasar Segall, ela achou que o trabalho estava concluído. Jenny morreu em agosto de 1967. O museu foi inaugurado em setembro.
"O trabalho de Jenny levou à consolidação da obra de Segall no cenário brasileiro e permite hoje uma revisão crítica mais permanente de sua trajetória", afirma Marcelo Araujo, diretor do museu.
Nesta terça-feira, dia 25, às 10h, "Emigrantes 3", quadro pintado por Lasar Segall em 1936, participa em Nova York do leilão de arte latino-americana da Christie's. A cotação beira US$ 1 milhão. Trinta e oito anos depois o MoMA, que continua sem nenhuma pintura de Segall, tem uma nova chance.

Mostra: Jenny Klabin Segall e a Idealização do Museu Lasar Segall Onde: Museu Lasar Segall (r. Berta, 111, tel. 011/574-7322) Quando: ter a qui e dom, 14h às 18h30; sex e sáb, 14h às 19h (vernissage hoje, às 19h). Até 21 de dezembro



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