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MULTIMÍDIA
A 8ª edição, em maio de 2004, dividirá R$ 300 mil entre 15 produções de SP inspiradas em artistas britânicos
Brasil conduz Festival Cultura Inglesa
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O coração do evento permanece
britânico, mas o Festival Cultura
Inglesa se abrasileirou.
Durante sete anos, artistas do
Reino Unido, ligados a diversas
áreas, tinham espaço cativo em
São Paulo, num intercâmbio como que corpo a corpo com colegas brasileiros dentro do evento.
A partir de 2004, a oitava edição
do Festival Cultura Inglesa toma a
arte britânica contemporânea como inspiração (compositores,
poetas, dramaturgos, pintores
etc.) e banca produções paulistas
em teatro, dança, artes visuais,
curta-metragem digital e música
eletrônica.
Serão distribuídos R$ 300 mil
para 15 projetos escolhidos em
São Paulo e em mais 11 cidades do Estado: Santos, Santo André, Guarulhos, Campinas, Cotia, São José
dos Campos, Barueri, Bauru, Jundiaí, Rio Claro e São Carlos -todas elas com unidades da instituição.
As inscrições foram abertas ontem e
podem ser feitas até dia 19 de dezembro. O
festival acontecerá de 6 a 18 de
maio de 2004.
A gerente-geral da Cultura Inglesa em São Paulo, Lorraine Matos, diz que a mudança de eixo
não implica diminuição no investimento, mas não revela quais foram os custos das últimas edições
para se estabelecer parâmetro.
Segundo Matos, 51, os R$ 300
mil serão repartidos "apenas para
a produção dos projetos", descontados cachês da curadoria, do
júri, cessão de teatros, equipamentos, divulgação etc., tudo por
conta da organização. Os premiados ganharão temporada durante
o festival.
Concebido pelo produtor Yacoff Sarkovas, o novo formato
traz consultoria do dramaturgo
Aimar Labaki (teatro), dos críticos Helena Katz (dança) e Luiz
Zanin Oricchio (curta-metragem
digital), do museólogo Fábio Magalhães (artes visuais) e do produtor Marcos Boffa (música eletrônica).
O regulamento estabelece que
as cinco áreas contarão com júri
de no mínimo três integrantes.
Serão contemplados três trabalhos em cada uma delas.
"A mudança mexe com dois valores importantes para os jovens:
o conhecimento e o diálogo", afirma Magalhães, 61, sobre a nova
perspectiva de "recriação ou interpretação" de obras de artistas
britânicos.
Público jovem
O coordenador do evento, ator
Laerte Mello, 39, afirma que os júris vão priorizar projetos voltados
para o público jovem, "mas com
temática universal e criadores de
qualquer idade".
Cerca de 60% dos estudantes da
Cultura Inglesa têm até 25 anos. A
entidade quer "fisgar" esse público "insatisfeito" com muitos
eventos que acredita não serem
feitos para eles, como afirma a gerente-geral Matos.
A inclusão da música eletrônica,
por exemplo, é uma forma de
atendê-lo e, ao mesmo tempo,
propiciar o acesso desse mesmo
jovem a outras áreas culturais das
quais se sinta "excluído".
Ainda que os 50 mil estudantes
da instituição contem com festivais internos de teatro físico (19
grupos), música (51 bandas neste
ano) e dança (501 participantes
também em 2003).
Em paralelo à 8ª edição, haverá
workshop das respectivas áreas
para os estudantes.
De acordo com Melo, pesou
também para o abrasileiramento
o mote dos 450 anos da cidade de
São Paulo, "uma forma de incentivar o artista local".
O regulamento sugere uma relação com 135 artistas ingleses contemporâneos que atuam nas respectivas áreas.
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