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Pintura contemporânea ganha destaque em galerias de SP
Exposições ao longo deste mês reúnem obras de artistas plásticos como Franz Ackerman, Paulo Pasta, Daniel Senise, Juan Tessi e Beatriz Milhazes, entre outros
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Seu fim foi decretado várias
vezes, mas o fato é que a pintura nunca deixou de ser realizada e continua com intensa vitalidade, como se pode verificar
em vários espaços da cidade,
neste mês. Novembro até poderia ser chamado de mês da pintura, já que, por coincidência,
algumas das principais galerias
da cidade abriram espaço para
um dos mais tradicionais suportes da arte.
Até o último fim de semana,
galerias com artistas brasileiros radicais, como a Millan
-que representa Tunga- e a
Vermelho -com destaques da
chamada Geração 00, que inclui Lia Chaia e Marcelo Cidade-, exibiam, respectivamente, Paulo Pasta e Daniel Senise.
Com trajetórias distintas, ambos estão vinculados à revalorização da pintura brasileira nos
anos 1980.
Foi nesse período, aliás, que
também despontou o alagoano
Delson Uchoa, que pode ser
visto na galeria Brito Cimino,
em mostra individual, e no Panorama da Arte Brasileira, no
Museu de Arte Moderna de SP.
A geração de pintores brasileiros surgidos nos anos 80 teve
forte influência de Georg Baselitz e A.R. Penck, ambos em cartaz na cidade. Pintores relacionados ao novo expressionismo
alemão, corrente surgida no final dos anos 1970, como reação
à produção conceitual e não-comercial daquele período, os
dois fazem parte da mostra "5 +
1", que comemora os 25 anos da
galeria Thomas Cohn.
Além de Baselitz e Penck, a
exposição traz outras importantes figuras da pintura alemã,
como Sigmar Polke, Burkhard
Held e Markus Lüpertz, assim
como o jovem artista sul-coreano SEO, radicado em Berlim.
Também vem da Alemanha
outro destaque da pintura contemporânea na cidade, Franz
Ackermann, em exibição na
Fortes Vilaça. Ackermann vem
com a instalação "No Directions Home" (sem endereço residencial), que busca discutir a
política da Cidade Limpa. Parte
da obra, em formato horizontal, é um manifesto a favor dos
outdoors, já que o artista acredita que eles são um mecanismo de comunicação, e escondê-los não é solução urbana.
Já na sede da Pinacoteca do
Estado entrou em cartaz na última semana o israelense radicado na Dinamarca TAL R, um
dos mais jovens pintores em
exibição na cidade. Sua obra,
com grande diversidade de estilos, reflete a liberdade alcançada pela pintura no século 21,
com obras em distintos formatos e procedimentos.
Na próxima quinta, é a vez da
Casa Triângulo exibir seu representante na pintura, o peruano radicado na Argentina,
Juan Tessi. Sua obra marcadamente figurativa é representativa de uma produção com forte
referência na fotografia.
Por fim, em se tratando de
pintura, um dos nomes brasileiros de maior projeção internacional tampouco estará fora
da cidade neste mês: Beatriz
Milhazes entra em cartaz dia
29, na Fortes Vilaça. O que pode reunir um grupo tão diverso? Entre todos os meios, a pintura segue como a mais segura
e rentável no mercado de arte.
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