São Paulo, segunda-feira, 19 de novembro de 2007

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Crítica

"Dr. Jivago" erra a mão no sentimentalismo

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

A indústria de cinema acredita que o choro é uma vitória e que os irmãos Lumière inventaram os filmes para que as pessoas chorassem.
Pode ser uma função, mas não é, com certeza, a única. Ela pode, eventualmente, atrapalhar certas obras, como "Dr. Jivago" (TCM, 22h), que poderia ser mais que um subproduto da Guerra Fria, não fosse ele, por excelência, um subproduto da Guerra Fria.
Apesar disso, e apesar de nos enfiar a toda hora o tema de Lara goela abaixo, o filme dirigido por David Lean informa com honestidade sobre a maneira como um intelectual progressista -embora de origem burguesa- vive as atribulações da Revolução Russa e as seqüelas desta.
E que seqüelas! Pois é nos anos Stálin que Boris Pasternak, o autor do relato, viverá as disfunções do marxismo, já num momento de exacerbação. Os excessos sentimentais hoje depõem contra David Lean, mas o fim da Guerra Fria permite olhar sem preconceitos para certos fatos ali narrados.


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