São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Música

Silvia Machete mostra sua MPB para rebolar

Misturando circo e teatro, cantora lança seu 1º trabalho por gravadora oficial

"Eu Não Sou Nenhuma Santa" tem participações de Nina Becker e Edu Krieger, além de versões de Cyndi Lauper e Guns N" Roses


BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Ela se apresenta com uma "pomba" pendurada no cabelo.
Ensaia um strip-tease enquanto roda o bambolê e, sem parar, enrola um cigarro de tabaco.
Depois, fuma e entorna uma bebida verde para soltar bolinhas de sabão pela boca.
Ah, ela também canta e, por incrível que pareça, sua música é o principal elemento do show.
E, surpresa, suas canções e voz são mais empolgantes do que qualquer pirueta.
Silvia Machete, 32, cansou do circo, do teatro e de apresentações nas ruas. Agora, com o lançamento do CD e DVD "Eu Não Sou Nenhuma Santa", ela quer ser cantora "séria". Mesmo que, para isso, tenha que fazer um show em que o bom humor marca presença e tenha que incluir números que aprendeu no circo, no teatro e nas apresentações de rua.
"Para mim, é natural fazer um show que, além de ter música, seja um entretenimento total. Não fiquei pensando "Ninguém nunca fez isso antes", até porque o que faço não é assim tão novidade", diz Machete.
Ela lança seu trabalho pela gravadora EMI, após ter agitado o circuito alternativo do Rio no ano passado com um CD independente. Vem desse disco a maior parte do repertório de "Eu Não Sou Nenhuma Santa", na verdade um CD/DVD gravado durante um show.

Bananas
Machete é rodada. Apesar de ser uma novata para o grande público, ela está na estrada há quase dez anos, mas no exterior. Com o ex-marido Clarke McFarlane atuou no espetáculo cômico-circense "Planet Banana", no circuito off-Broadway, elogiado pelo "New York Times". Em países como a França, a dupla fez espetáculos de rua. "O público é o melhor termômetro. Você aprende a se comunicar melhor."
Diz, no entanto, que voltou ao Brasil para iniciar carreira de cantora: "O grande lance agora é misturar as coisas, para que tudo fique uma loucura". Fã de Amy Winehouse ("a melhor cantora de todos os tempos"), Marisa Monte, Barbra Streisand e Elis Regina, ela evita usar a palavra "performance" para definir seu trabalho.
"Performance no Brasil não é bem-vista. Aqui, a imagem que a maioria das pessoas têm é a de um artista colocando uma máscara e fazendo coisas bizarras. Eu tenho birra dessa palavra em português. Em inglês, "performance" se refere a qualquer artista. Cada um tem seu estilo. O que o Mick Jagger faz é performance, por exemplo."


Texto Anterior: São Paulo ganha uma versão do festival goiano
Próximo Texto: Crítica: Performer cria canções boas e contagiantes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.