São Paulo, quinta-feira, 19 de novembro de 2009

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TELEVISÃO

Crítica

David Cronenberg conta história quase normal

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Os tempos são conservadores, mas o canadense David Cronenberg sabe bem como sobreviver a eles.
Em "Senhores do Crime" (TC Premium, 1h50; 16 anos), por exemplo, controla o aspecto habitualmente mais polêmico de seus filmes (as mutações violentas e as intervenções inesperadas no corpo). Cronenberg investe mais em questões mais evidentes, como a máfia russa.
Ela se faz presente na Inglaterra, envolvida em tráfico de crianças, tendo por principal agente um bondoso dono de restaurante, Semyon (Armin Mueller-Stahl), seu filho (vivido por Vincent Cassel) e o amigo deste, Viggo Mortensen. É uma história quase normal. Quase.
Mas lá está Cronenberg. E os olhos de Semyon têm um brilho metálico, inumano. Elemento perturbador, sem dúvida, e na verdade aquele a que o diretor mais parece dar atenção. Bem mais do que à questão de identidades levantada no roteiro. Os mutantes andam mais disfarçados, mas Cronenberg não os abandonou.


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