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CRÍTICA AVENTURA
"Harry Potter" flerta com Dom Casmurro e enfrenta o ciúme
RICARDO CALIL
CRÍTICO DA FOLHA
"Harry Potter e as Relíquias da Morte", último livro
da série sobre o bruxo, foi dividido em dois filmes. A "Parte 1", por sua vez, também
parece conter dois longas.
Na primeira metade, tenta-se ilustrar incontáveis detalhes e, assim, nomes e situações são jogados de forma
meio atabalhoada, no menor
tempo possível.
É um emaranhado de referências feito para fãs que estão menos interessados em
cinema do que em pertencer
a um grupo, dominar um repertório comum -similar ao
que ocorre com "Star Wars"
ou "O Senhor dos Anéis".
Na segunda metade, há,
enfim, um filme. Ou seja, há
tempo para que os personagens respirem, o terror e a comédia se estabeleçam e uma
ideia central venha à tona.
Em meio às perseguições
de Voldemort (Ralph Fiennes) a Harry (Daniel Radcliffe) e à busca deste pelas "horcruxes" que destruirão seu
inimigo, emerge um filme sobre... o demônio do ciúme.
Ele atormenta Rony (Rupert Grint) quando este vê a
aproximação entre Harry e
Hermione (Emma Watson). É
Rony o Dom Casmurro dessa
história. O problema é que
Radcliffe não é um grande
ator, Hermione não tem
olhos de ressaca e o fato de
ser um blockbuster infantojuvenil impõe limitações.
E não adianta argumentar
que é o filme mais sombrio e
maduro da série (algo que
críticos têm repetido desde o
segundo episódio). Uma coisa é enfrentar a encarnação
do demônio. Outra, mais
complexa, é quando ele mora na sua cabeça.
HARRY POTTER E AS
RELÍQUIAS DA MORTE -
PARTE 1
DIREÇÃO David Yates
PRODUÇÃO EUA/Reino Unido,
2010
COM Daniel Radcliffe, Emma
Watson e Rupert Grint
ONDE nos cines Eldorado, Jardim
Sul, Pátio Paulista e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO regular
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