|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Álbum "Tropicália" ganha revisão em imagem e texto
Livro traz releituras de cada uma das doze canções do disco-manifesto lançado em 1968, criadas por ensaístas e artistas plásticos
MARCUS PRETO
DE SÃO PAULO
Com 43 anos completos, a
revolução formal conduzida
por Caetano Veloso, Gilberto
Gil, Gal Costa, Tom Zé, Rogério Duprat e Mutantes continua alimentando nossos artistas -dentro e fora do ambiente da música popular.
Organizado pela pesquisadora Ana de Oliveira, o livro
"Tropicália ou Panis et Circencis", com lançamento hoje, às 20h, na Cinemateca
(lgo. Senador Raul Cardoso,
207; tel. 0/xx/11/3512-6111),
vem somar aos inúmeros estudos, análises e ensaios já
existentes sobre esse tema.
Ana convidou ensaístas e
artistas visuais para recriarem, em textos e imagens, cada uma das 12 faixas do álbum homônimo. O volume,
de 130 págs., acompanha 12
cartazes de 93 x 62 cm.
Os textos ficaram a cargo
de Jorge Mautner, Hermano
Vianna, Viviane Mosé, Antônio Risério, Aguilar, Bené
Fonteles, Bráulio Tavares,
Christopher Dunn, Frederico
Coelho, Manuel da Costa Pinto, Newton Cannito, Noemi
Jaffe e Arnaldo Antunes.
"A ideia era não fazer um
livro de ensaios críticos, mas
fugir do tom acadêmico", ela
diz. "Queria que os textos incluíssem a questão emocional, em que estivesse presente o afeto dos ensaístas sobre
a obra em questão."
A lista de artistas plásticos
inclui Guto Lacaz, Aguilar,
Lenora de Barros, Gringo
Cardia, André Vallias, Ailton
Krenak, Ernane Cortat, Ray
Vianna, Leandro Feigenblatt, Nelson Provazi, Adriana Ferla, Rico Lins e o coletivo assume vivid astro focus.
Segundo Lenora, entrar
em contato íntimo com o álbum só torna ainda mais clara a importância dele no contexto artístico nacional.
"Assim que fui trabalhar
em cima da "Lindonéia" (canção de Caetano que, por sua
vez, foi inspirada em quadro
de Rubens Gerchman), tive
certeza que, via Caetano, a
Lindonéia do Gerchman
sempre esteve em mim, presente no meu trabalho", diz.
"AMÁLGAMA"
Lançado em 1968, o LP
"Tropicália ou Panis et Circencis" regulamentava, em
manifesto sonoro, os explosivos conceitos já expostos por
Caetano, Gil, Mutantes e o
maestro Rogério Duprat no
festival da Record de 1967.
Terminava de dinamitar,
sem caminho de volta, muitos dos padrões estabelecidos da MPB de então, rompendo fronteiras entre bom e
mau gosto, direita e esquerda, nacional e estrangeiro.
"Mais do que mistura ou
miscigenação, o tropicalismo promoveu a amálgama",
diz Mautner. "O disco realiza
a profecia do Walt Whitman,
poeta americano, que diz que
o vértice da humanidade será
o Brasil. Ou o mundo se brasilifica, ou virará nazista."
TROPICÁLIA OU
PANIS ET CIRCENCIS
AUTOR Ana de Oliveira (org.)
EDITORA Iyá Omin
QUANTO R$ 153 (127 págs.)
Texto Anterior: Artista tinha a sopa entre seus pratos frequentes Próximo Texto: Frases Índice | Comunicar Erros
|