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ARTES PLÁSTICAS
3ª edição teve mais de 603 mil visitantes
Nelson Aguilar é escolhido como curador da 4ª Bienal do Mercosul
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um casamento de oito anos foi
encerrado formalmente ontem. O
curador Nelson Aguilar, que desde 93 trabalhava com o banqueiro
Edemar Cid Ferreira como seu
braço direito para as artes plásticas, desligou-se da associação
BrasilConnects, presidida por
Ferreira.
A partir de hoje, Aguilar é o curador da 4ª Bienal do Mercosul,
sediada em Porto Alegre. A nova
função foi acertada ontem, na cidade sede do evento, com o presidente da Fundação Bienal do
Mercosul, Renato Malcon.
A terceira edição do evento foi
encerrada no último domingo
com um total de 603.682 visitantes, e teve curadoria de Fábio Magalhães, que também cuidou da 2ª
Bienal.
Enquanto Ferreira foi o presidente da Fundação Bienal de São
Paulo, Aguilar organizou três
mostras: a "Bienal Brasil Século
20" (94), a 22ª (94) e a 23ª (96) Bienal Internacional de São Paulo.
Em 2000, ele foi o curador-geral
da "Mostra do Redescobrimento"
e também o responsável pelas itinerâncias do evento em outros
países, como a mostra "Brasil,
Body & Soul", em cartaz no Guggenheim de Nova York, além de
co-curador de "Parade", na Oca,
no parque Ibirapuera.
"Eu e Edemar temos um contato muito forte, o que vai continuar, pois agora tenho um cargo
de consultoria na associação; isso
vai permitir que outros nomes
surjam, é uma renovação para os
dois, pois já era necessário mudar", disse ontem Aguilar à Folha.
Entre os planos para a 4ª Bienal,
programada para outubro de
2003, Aguilar pretende internacionalizar o evento. "A América
do Sul é uma região desconhecida, e o Mercosul uma utopia; é
preciso dar mais destaque na Bienal aos países com cadeira cativa
no mostra (Brasil, Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia),
além de criar eventos únicos que
dêem mais projeção aos artistas
desses países", diz o curador.
Devem permanecer na Bienal as
salas especiais, que neste ano
apresentaram o mexicano Diego
Rivera. "Elas são o chamariz para
o público, tiveram uma função
importante nas bienais de SP, o
que atualmente não é tão necessário, mas em Porto Alegre elas ainda têm uma função", explica.
Para cumprir seus projetos,
Aguilar espera que a verba destinada ao evento tenha um aumento substancial. Neste ano, o orçamento ficou em R$ 4 milhões. "O
Malcon está muito otimista com a
possibilidade de ampliação de recursos, o entusiasmo dele foi uma
das razões que me fizeram aceitar
o convite", afirma.
A singularidade de artistas do
Mercosul será o antídoto de Aguilar ao processo de globalização.
"Não é à toa que foi em Porto Alegre que se organizou o fórum anti-globalização; a Bienal deve ir
nesse sentido".
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