São Paulo, quarta-feira, 19 de dezembro de 2001

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ARTES PLÁSTICAS

3ª edição teve mais de 603 mil visitantes

Nelson Aguilar é escolhido como curador da 4ª Bienal do Mercosul

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Um casamento de oito anos foi encerrado formalmente ontem. O curador Nelson Aguilar, que desde 93 trabalhava com o banqueiro Edemar Cid Ferreira como seu braço direito para as artes plásticas, desligou-se da associação BrasilConnects, presidida por Ferreira.
A partir de hoje, Aguilar é o curador da 4ª Bienal do Mercosul, sediada em Porto Alegre. A nova função foi acertada ontem, na cidade sede do evento, com o presidente da Fundação Bienal do Mercosul, Renato Malcon.
A terceira edição do evento foi encerrada no último domingo com um total de 603.682 visitantes, e teve curadoria de Fábio Magalhães, que também cuidou da 2ª Bienal.
Enquanto Ferreira foi o presidente da Fundação Bienal de São Paulo, Aguilar organizou três mostras: a "Bienal Brasil Século 20" (94), a 22ª (94) e a 23ª (96) Bienal Internacional de São Paulo. Em 2000, ele foi o curador-geral da "Mostra do Redescobrimento" e também o responsável pelas itinerâncias do evento em outros países, como a mostra "Brasil, Body & Soul", em cartaz no Guggenheim de Nova York, além de co-curador de "Parade", na Oca, no parque Ibirapuera.
"Eu e Edemar temos um contato muito forte, o que vai continuar, pois agora tenho um cargo de consultoria na associação; isso vai permitir que outros nomes surjam, é uma renovação para os dois, pois já era necessário mudar", disse ontem Aguilar à Folha.
Entre os planos para a 4ª Bienal, programada para outubro de 2003, Aguilar pretende internacionalizar o evento. "A América do Sul é uma região desconhecida, e o Mercosul uma utopia; é preciso dar mais destaque na Bienal aos países com cadeira cativa no mostra (Brasil, Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia), além de criar eventos únicos que dêem mais projeção aos artistas desses países", diz o curador.
Devem permanecer na Bienal as salas especiais, que neste ano apresentaram o mexicano Diego Rivera. "Elas são o chamariz para o público, tiveram uma função importante nas bienais de SP, o que atualmente não é tão necessário, mas em Porto Alegre elas ainda têm uma função", explica.
Para cumprir seus projetos, Aguilar espera que a verba destinada ao evento tenha um aumento substancial. Neste ano, o orçamento ficou em R$ 4 milhões. "O Malcon está muito otimista com a possibilidade de ampliação de recursos, o entusiasmo dele foi uma das razões que me fizeram aceitar o convite", afirma.
A singularidade de artistas do Mercosul será o antídoto de Aguilar ao processo de globalização. "Não é à toa que foi em Porto Alegre que se organizou o fórum anti-globalização; a Bienal deve ir nesse sentido".


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