São Paulo, terça-feira, 19 de dezembro de 2006

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Morre Joseph Barbera, pai dos Flintstones e Jetsons

Na parceria com Bill Hanna, com quem fundou um estúdio, cartunista cuidava dos traços dos personagens e das tiradas

DA REPORTAGEM LOCAL

Morreu ontem, aos 95 anos, o cartunista norte-americano Joseph Barbera, parceiro de Bill Hanna na criação de desenhos animados clássicos como "Tom & Jerry", "Os Flintstones", "Os Jetsons", "A Turma do Zé Colméia" e "Scooby-Doo". Segundo uma porta-voz da família, Barbera morreu de causas naturais.
O primeiro trabalho assinado pela dupla Hanna-Barbera foi o curta de animação "Puss Gets the Boot", em 1940. O filme foi indicado ao Oscar em sua categoria. A MGM, estúdio que bancava os cartunistas, gostou do resultado e abriu espaço para mais experimentações. Aos poucos, foi surgindo o esboço de um dos mais tradicionais pares da animação: o gato Tom e o rato Jerry.
Os personagens ganharam lugar definitivo no panteão da cultura pop (e um Oscar para colocar no currículo) quando Jerry dividiu a cena com o ator Gene Kelly em uma coreografia da comédia musical "Marujos do Amor", de 1945.
No meio dos anos 50, quando a MGM fechou sua divisão de animação acreditando que os cartuns televisivos tomariam o lugar das animações cinematográficas, os parceiros fundaram os estúdios Hanna-Barbera -que logo se tornariam referência no segmento de animação. No início da década seguinte, seriam lançadas as primeiras aventuras de Flintstones, Zé Colméia e dos futuristas Jetsons.
O desenho protagonizado pela família da Idade da Pedra foi o primeiro a ser exibido no horário nobre da TV norte-americana. Também foi pioneiro no uso de personagens humanos e no formato longo (além dos sete minutos protocolares). Quase cinqüentões, os Flintstones ainda têm suas anedotas acompanhadas por platéias de aproximadamente 80 países.
No trabalho, Barbera era tido como o ás das tiradas e do desenho, enquanto o companheiro se destacava pela sensibilidade e pela percepção aguda do "timing" cômico.
Morto em 2001, Hanna certa vez disse que nunca tinha sido um grande artista; já o parceiro, segundo ele, conseguia "capturar aura e expressão em um rápido esboço" melhor do que qualquer pessoa que tinha conhecido.


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