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Lounge é um lugar que não existe
NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA
O que exatamente é um lounge?
E o que uma pessoa faz em um deles? Em geral, bebe. E come. Com
sorte, ganha brindes. Esses espaços são áreas de promoção de
marcas. Os lounges estão espalhados pelos corredores da Fashion
Week e servem de parada para
freqüentadores do evento, que geralmente entram neles perguntando: "O que tem aqui?" -e pegam uma taça de bebidas.
"Eu gosto muito de ir aos lounges, mas na verdade não acontece
muita coisa neles, não. Vou por
ir", diz a dona-de-casa Mônica
Zubaran, 34. Os promotores dos
lounges bem que tentam fazer
com que os espaços fiquem "criativos". No da Vicunha, por exemplo, um artista tocava uma música raspando os dedos nos copos.
As empresas de celulares investem em bebidas e sons, como a
Motorola, que serve cerca de 60
caixas de champanhe. A vendedora Soraya Cury, 23, estava sentada lá. "O que você está fazendo
aqui?" "Sei lá, me chamaram para
entrar e eu vim."
Numa sala clássica, com velas
acesas, reina um silêncio absoluto. Trata-se do lounge da empresa
WGSN. "Fizemos um espaço não
convencional", explica a assessora, apontando para almofadas em
formato de hambúrger.
Mas o "lounge" mais misterioso
fica na entrada do evento. Uma
sala vermelha, sem nenhuma inscrição do lado de fora -apenas
que é proibido para menores de
18 anos.
"Aqui é o lounge da Marlboro,
mas não escreve no jornal porque
fazer propaganda de cigarro é
proibido", diz um funcionário.
Mas quem entra logo vê vários
maços expostos. Cerca de dez
pessoas estavam sentadas nos pufes. Fazendo? Nada.
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