São Paulo, sexta-feira, 20 de janeiro de 2006

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Lounge é um lugar que não existe

NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA

O que exatamente é um lounge? E o que uma pessoa faz em um deles? Em geral, bebe. E come. Com sorte, ganha brindes. Esses espaços são áreas de promoção de marcas. Os lounges estão espalhados pelos corredores da Fashion Week e servem de parada para freqüentadores do evento, que geralmente entram neles perguntando: "O que tem aqui?" -e pegam uma taça de bebidas.
"Eu gosto muito de ir aos lounges, mas na verdade não acontece muita coisa neles, não. Vou por ir", diz a dona-de-casa Mônica Zubaran, 34. Os promotores dos lounges bem que tentam fazer com que os espaços fiquem "criativos". No da Vicunha, por exemplo, um artista tocava uma música raspando os dedos nos copos. As empresas de celulares investem em bebidas e sons, como a Motorola, que serve cerca de 60 caixas de champanhe. A vendedora Soraya Cury, 23, estava sentada lá. "O que você está fazendo aqui?" "Sei lá, me chamaram para entrar e eu vim."
Numa sala clássica, com velas acesas, reina um silêncio absoluto. Trata-se do lounge da empresa WGSN. "Fizemos um espaço não convencional", explica a assessora, apontando para almofadas em formato de hambúrger.
Mas o "lounge" mais misterioso fica na entrada do evento. Uma sala vermelha, sem nenhuma inscrição do lado de fora -apenas que é proibido para menores de 18 anos.
"Aqui é o lounge da Marlboro, mas não escreve no jornal porque fazer propaganda de cigarro é proibido", diz um funcionário. Mas quem entra logo vê vários maços expostos. Cerca de dez pessoas estavam sentadas nos pufes. Fazendo? Nada.


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