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TEATRO
Peça mais recente do dramaturgo Pedro Vicente participa hoje de ciclo promovido pela Folha
"O Gênio da Mídia" critica vampirismo da TV
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma televisão
vampira, que se alimenta de cérebros
humanos ou congêneres, ganha status de personagem
em "O Gênio da Mídia", texto
mais recente do dramaturgo, ator
e roteirista Pedro Vicente. A peça
participa hoje do ciclo "Leituras
de Teatro", promovido pela Folha em seu auditório.
Sem abrir mão do invólucro do
tubo catódico, o aparelho de TV
(Cláudia Schapira) carrega na tinta absurda: fala, pensa e exerce
poder de persuasão avassalador
sob seus interlocutores, o publicitário desempregado Marcelo
(Gustavo Machado), a atriz de comerciais de TV Diana (Jerusa
Franco) e o traficante amador
Abismo (Mário Bortolotto).
O gênio em questão barganha o
sucesso das presas preferenciais
(o publicitário e a atriz) em troca
de cérebros e sangue frescos.
"A peça critica o modo inescrupuloso com o qual a televisão é
feita no país, a preocupação direta
apenas com o lucro, com a forma
de chamar a atenção por meio da
violência, da baixaria, do mau
gosto", afirma Vicente, 34.
O texto, no entanto, também
ressalva os aspectos positivos da
televisão, segundo o dramaturgo,
como a contrastar com a preponderância da "realidade forjada a
todo instante".
A discussão em torno da massificação provocada pelo "império
eletrônico" é tema recorrente na
obra de Vicente, como se viu nas
montagens de "PrOmisQuidade"
(1997) e "Disk Ofensa Linha Vermelha" (1998).
O evento acontece às 19h30, no
auditório da Folha (al. Barão de
Limeira, 425, 9º andar). A entrada
é franca. Os interessados em comparecer devem fazer reservas, das
14h às 17h, pelo telefone 0/xx/11/
3224-3473.
(VALMIR SANTOS)
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