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Justiça do Rio confisca obras da Bloch Editores
CRISTIAN KLEIN
DA SUCURSAL DO RIO
Cerca de cem quadros de pintores brasileiros -entre eles, Portinari, Di Cavalcanti, Volpi, Manabu Mabe e Djanira- foram
apreendidos ontem no Rio. Eles
pertencem à Bloch Editores, empresa cuja falência foi decretada
em 1º de agosto do ano passado.
O juiz da 5ª Vara de Falências e
Concordatas, José Carlos Maldonado, afirmou que o valor das
obras está estimado em US$ 80
milhões (mais de R$ 160 milhões).
A apreensão foi feita em três locais: na casa de Lucy Bloch (ex-mulher do empresário Oscar
Bloch), em Copacabana; na casa
da filha do empresário, Danielle,
também em Copacabana; e na casa da família, em Teresópolis.
Os quadros foram encontrados
depois da descoberta de um livro,
no acervo da antiga TV Manchete. "Ele era usado para ocorrências no estúdio A, mas começaram a listar nele uma série de
obras de arte e os locais para onde
elas foram enviadas", disse.
As obras entram para a massa
falida, que reúne o patrimônio da
editora, com a finalidade de quitar as dívidas deixadas. Segundo o
juiz, a relação de quadros surpreendeu o advogado Valter Soares, síndico da massa falida e representante dos credores.
O advogado da Bloch Editores,
Alfredo Bumachar, afirmou que é
possível que os quadros não pertencentes à massa falida tenham
sido apreendidos indevidamente.
"Nosso perito vai avaliar os quadros. Se encontrarmos quadros
que não são da massa falida, vamos entrar com um recurso", disse Bumachar, ressaltando que a
empresa declarou 400 quadros.
Se as obras forem a leilão, o dinheiro arrecadado será usado para o pagamento de dívidas trabalhistas e impostos. Segundo o juiz,
as dívidas trabalhistas da Bloch
passam de R$ 30 milhões. Para os
fornecedores, a Bloch Editores
deve mais de R$ 42 milhões.
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