|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
HISTÓRIA
Análise de "Alexandre", de Stone, fica no óbvio
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Não resta dúvida de que um
programa comparando as versões
de Hollywood e de historiadores
sobre filmes históricos cumpre
um importante papel de tentar separar fato de ficção. Mas o episódio sobre o filme "Alexandre", do
diretor Oliver Stone, peca por ser
respeitoso demais ao cinema.
São ouvidos tanto o diretor, como os principais atores, além de
historiadores.
Stone afirma que tentou ser o
mais fiel possível à história. Seus
atores reforçam a tese, a começar
por Colin Farrell, no papel do rei
macedônio, e Angelina Jolie, no
papel de sua mãe, Olympias.
Os historiadores ouvidos se limitam a repetir o óbvio: Alexandre era um grande general, era corajoso, conquistou um império
em apenas uma década, espalhou
a civilização grega na Ásia. Nenhum deles é de renome internacional. Nenhum fez uma crítica
incisiva ao filme.
A crítica mais contundente que
fizeram foi mostrar que o filme
passa do limite ao mostrar um lado "bonzinho" do conquistador,
que matava e saqueava porque
queria "libertar" povos e disseminar a civilização. Mas a caracterização exagerada do relacionamento "disfuncional" entre Alexandre, sua mãe e seu pai não mereceu muitos comentários.
Como escreveu um resenhista
no "New York Times", "Alexandre fez o que fez sem nenhum objetivo óbvio além de fugir de sua
mãe chata, pelo que sugere o filme
confuso de Stone".
Não resta dúvida de que a reconstituição de época, de armas e
batalhas está bem feita, de acordo
com o que se conhece hoje. Mas
há algumas licenças que os historiadores nem comentam. Por
exemplo, o ferimento a flecha no
peito de Alexandre não ocorreu
em uma batalha campal, e sim na
tomada de uma cidade.
História versus Hollywood -
Alexandre, o Grande
Quando: hoje, às 21h, no The History
Channel
Texto Anterior: Cinema/Crítica: "Gatão de Meia Idade" é amontoado de clichês Próximo Texto: Nelson Ascher: Crítica (não só) literária Índice
|