São Paulo, terça-feira, 20 de março de 2007

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Indicação de "graphic novel" gerou polêmica

DA REPORTAGEM LOCAL

A premiação de "Maus" de Art Spiegelman, em 1992, com um Pulitzer, parece não ter ajudado tanto as ambições literárias dos quadrinhos. Ainda hoje existe polêmica quando uma "graphic novel" como "American Born Chinese" é vista como bem mais do que quadrinhos.
Tony Long, editor da versão online da revista "Wired", criticou a decisão de indicar o título para o National Book Awards, argumentando que histórias ilustradas não deveriam ser comparados com livros só com palavras. Sobretudo em um prêmio igual, em prestígio, ao Booker Prize inglês e ao Goncourt francês.
"Isto não quer dizer que histórias ilustradas não constituem uma forma de arte ou que você não pode conseguir uma grande satisfação delas. Quer dizer simplesmente que, como literatura, o quadrinho não merece estatuto igual a romances de verdade, ou contos. É como comparar maçãs com laranjas", escreveu Long.
A crítica rendeu comentário do quadrinista Neil Gaiman, o premiado autor da série "Sandman", em seu blog: "Suponho que, se ele construísse uma máquina do tempo, poderia fazer algo a respeito do Pulitzer de "Maus" em 1992, ou do World Fantasy Award por Melhor História Curta de "Sandman" em 1991, ou ainda o prêmio Guardian First Book Award de 2001 para o "Jimmy Corrigan" de Chris Ware. Ou mesmo a aparição de "Watchmen" na lista da "Time" dos cem melhores romances do século 20. Sem uma máquina do tempo, me parece uma opinião boba e antiquada, como ouvir alguém reclamar do voto feminino".
Gaiman termina seu "post" ironizando o fato de Long nem ter lido o livro: "é sempre melhor se ofender por coisas que você não leu. Assim você deixa sua mente livre das coisas que poderiam mudá-la".


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