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Indicação de "graphic novel" gerou polêmica
DA REPORTAGEM LOCAL
A premiação de "Maus"
de Art Spiegelman, em
1992, com um Pulitzer, parece não ter ajudado tanto
as ambições literárias dos
quadrinhos. Ainda hoje
existe polêmica quando
uma "graphic novel" como
"American Born Chinese"
é vista como bem mais do
que quadrinhos.
Tony Long, editor da
versão online da revista
"Wired", criticou a decisão
de indicar o título para o
National Book Awards, argumentando que histórias
ilustradas não deveriam
ser comparados com livros só com palavras. Sobretudo em um prêmio
igual, em prestígio, ao
Booker Prize inglês e ao
Goncourt francês.
"Isto não quer dizer que
histórias ilustradas não
constituem uma forma de
arte ou que você não pode
conseguir uma grande satisfação delas. Quer dizer
simplesmente que, como
literatura, o quadrinho
não merece estatuto igual
a romances de verdade, ou
contos. É como comparar
maçãs com laranjas", escreveu Long.
A crítica rendeu comentário do quadrinista Neil
Gaiman, o premiado autor
da série "Sandman", em
seu blog: "Suponho que, se
ele construísse uma máquina do tempo, poderia
fazer algo a respeito do Pulitzer de "Maus" em 1992,
ou do World Fantasy
Award por Melhor História Curta de "Sandman" em
1991, ou ainda o prêmio
Guardian First Book
Award de 2001 para o
"Jimmy Corrigan" de Chris
Ware. Ou mesmo a aparição de "Watchmen" na lista
da "Time" dos cem melhores romances do século 20.
Sem uma máquina do
tempo, me parece uma
opinião boba e antiquada,
como ouvir alguém reclamar do voto feminino".
Gaiman termina seu
"post" ironizando o fato de
Long nem ter lido o livro:
"é sempre melhor se ofender por coisas que você
não leu. Assim você deixa
sua mente livre das coisas
que poderiam mudá-la".
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