Cantora e pianista recebe Ed Motta, na estréia de sua temporada em São Paulo

Artista, que se apresentou em Cuba com Chucho Valdés, vai mostrar duas novas canções; "Thanks, Mr. G" fala sobre o ponto G

Paulo Fehlauer/Folha Imagem

A cantora, pianista e compositora maranhense, que dá início hoje à temporada de shows no teatro Fecap, na av. Liberdade

CARLOS CALADO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O nome dela ainda não circula entre o grande público, mas os felizardos que já a ouviram sabem que raros artistas na cena musical de hoje podem competir com seu carisma. Cantora e pianista exuberante, Tania Maria já viveu mais de três décadas de auto-exílio nos EUA e na Europa, onde freqüenta os principais clubes de jazz e os festivais de música.
Ela retorna a São Paulo para uma nova temporada no Teatro Fecap, que começa hoje, com participação especial do cantor Ed Motta. Além de contar com a maestria do percussionista Edmundo Carneiro, Tania terá a seu lado o baixista Nadinho Feliciano e um recém-formado naipe de sopros que inclui Flávio Bala (sax, tenor e soprano), Gó e André (trombones).
"Fizemos os arranjos juntos", conta a pianista.
Mesmo os fãs que já conhecem bem os sucessos de Tania, como o suingado "Funky Tamborim" ou o samba "Intimidade", vão reencontrá-los, segundo ela, em versões "de alcance mais popular".
Tania também vai mostrar duas novas composições. Inspirada no norte-americano Stevie Wonder, "Acabou, Manera" é, segundo ela, "bem festiva". Já "Thanks, Mr. G", que abre o show, aborda um tema que, no mínimo, deve provocar sorrisos.
"Na Europa e nos EUA está se falando muito nessa coisa de o homem ter que descobrir o ponto G da mulher. Então pensei em fazer uma música sobre isso", conta a compositora.
"Quando tocamos, também queremos atingir esse ponto", justifica, revelando que o arranjo termina em orgasmo sonoro. Pouco antes de embarcar para o Brasil, Tania se apresentou em Cuba, ao lado do renomado pianista Chucho Valdés.
"Eu só tinha tocado lá em 1983. Ficamos encantados um com o outro. Surgiu até a idéia de fazer um disco juntos", contou ela.
Tania diz também que se surpreendeu ao saber das recentes deportações de brasileiros que tentaram desembarcar na Espanha. "Foi a primeira vez que vi isso. O brasileiro é muito querido na Europa. Não tem um grupo de jazz que não toque uma bossa nova."