São Paulo, sexta-feira, 20 de março de 2009

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"Noviça Rebelde" chega a SP em versão nacional

Com concepção brasileira, espetáculo tem veteranos de musicais no elenco

Com Kiara Sasso e Saulo Vasconcelos, peça estreia hoje no teatro Alfa e escapa do padrão de montagens importadas da Broadway


LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando começarem os acordes de "Dó-Re-Mi" ("Dó é pena de alguém...") e outras canções do musical "A Noviça Rebelde", que estreia hoje em São Paulo, duas vozes deverão soar familiares aos fãs do gênero.
Saulo Vasconcelos, 35, e Kiara Sasso, 30, que surgirão aqui nos papéis de capitão Von Trapp e Maria Rainer, são possivelmente os dois atores mais frequentemente escalados por produtores de musicais desde o "boom" do filão eixo Rio-São Paulo, no começo desta década. Ele participou de "Les Misérables", "Aída" e "As Travessuras do Barbeiro". Ela esteve em "Os Fantástikos" e "As Malvadas", dois elogiados trabalhos da dupla Charles Möeller e Claudio Botelho (que também assina "Noviça") no circuito carioca. Também protagonizou "Miss Saigon". Reunida, a dupla fez "A Bela e a Fera" e "O Fantasma da Ópera".
"Noviça" tem concepção brasileira (de Möeller), ao contrário de boa parte dos espetáculos em que os dois atuaram até hoje -montagens importadas da Broadway que seguem à risca diretrizes previamente definidas por diretores estrangeiros, só trocando o inglês pelo português. "A diferença é que, não sendo franquia, o personagem não vem pré-moldado, há liberdade criativa. Por outro lado, se é franquia, você sabe que vai dar certo", compara Kiara Sasso.
"A fôrma é boa porque poupa seu tempo", completa Saulo Vasconcelos.

Dor-de-cotovelo
Ainda que não seja um "enlatado", "Noviça" narra uma história que se passa na Áustria, no entre-guerras. Os atores não sentem falta de personagens e cenários brasileiros? "Acho uma besteira esse pensamento [nacionalista], parece dor-de-cotovelo", diz Sasso. "Não é por falta de vontade que não faço musicais brasileiros", afirma Vasconcelos. E completa: "Aqui ainda não percebemos que, neste tipo de espetáculo, a canção deve ajudar a contar a história, não pode ser tão poética. O que vejo muito são trabalhos no estilo de shows, em que toda a ação para e os atores começam a cantar".


A NOVIÇA REBELDE

Quando: estreia hoje; qui., às 21h; sex., às 21h30; sáb., às 17h e às 21h; e dom., às 16h e às 20h; até 2/8
Onde: teatro Alfa (r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, São Paulo, tel. 0/ xx/11/5693-4000)
Quanto: R$ 40 a R$ 180
Classificação: não indicado a menores de cinco anos



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