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Temos medo de tanto interesse, diz brasileiro
DA REPORTAGEM LOCAL
Aquela foto do Strokes na
"Rolling Stone" (essa do topo
desta página), na mesa de um
bar em Nova York, com garrafas da cerveja brasileira Brahma à vista, tinha que ter uma
explicação.
"Foi idéia minha, sim. Pedi a
cerveja para botar alguma coisa
do Brasil na foto do Strokes,
uma das primeiras que fizemos", disse o baterista Fabrizio
Moretti à Folha, por telefone de
Nova York, em uma entrevista
que discorreu bilíngue no intervalo de gravações do primeiro álbum da badalada banda.
Carioca, habitante de Nova
York desde os quatro anos
(tem 21), Moretti conta que o
Strokes nasceu numa sala de
aula de colégio, há dois anos,
"como muitas e muitas bandas
nascem nos EUA todo ano".
Ainda sem assimilar o que
tem acontecido com a banda
desde o ano passado, o baterista fala que ele e os amigos estão,
claro, assustados.
"De repente, surgiu muito interesse no Strokes. E isso dá
medo. Até pouco tempo nos
perguntávamos: "Será que só
nós gostamos da banda?'", diz
Moretti.
"Mas ao mesmo tempo isso
nos dá felicidade. Não temos
nada a perder. Esse interesse
todo na banda nos dá suporte
para fazermos o que mais gostamos, que é música", afirma o
baterista. Os membros do Strokes largaram recentemente
seus empregos "ganha-pão"
(trabalhos em bares e videolocadoras) para pensar só na
banda.
E do que os meninos do Strokes gostam, quais as influências e tal? "Todo mundo gosta
de muita coisa diferente. Falando por mim, posso dizer que
adoro Beatles, Stooges e Velvet
Underground. Não me identifico com nenhuma banda nova", afirma Moretti, que diz ter
em casa CDs brasileiros do
Skank e do Djavan, mandados
por parentes do Rio.
"Olha, eu tenho os CDs, mas
isso não quer dizer que goste."
(LR)
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