São Paulo, sexta-feira, 20 de abril de 2001

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Temos medo de tanto interesse, diz brasileiro

DA REPORTAGEM LOCAL

Aquela foto do Strokes na "Rolling Stone" (essa do topo desta página), na mesa de um bar em Nova York, com garrafas da cerveja brasileira Brahma à vista, tinha que ter uma explicação.
"Foi idéia minha, sim. Pedi a cerveja para botar alguma coisa do Brasil na foto do Strokes, uma das primeiras que fizemos", disse o baterista Fabrizio Moretti à Folha, por telefone de Nova York, em uma entrevista que discorreu bilíngue no intervalo de gravações do primeiro álbum da badalada banda.
Carioca, habitante de Nova York desde os quatro anos (tem 21), Moretti conta que o Strokes nasceu numa sala de aula de colégio, há dois anos, "como muitas e muitas bandas nascem nos EUA todo ano".
Ainda sem assimilar o que tem acontecido com a banda desde o ano passado, o baterista fala que ele e os amigos estão, claro, assustados.
"De repente, surgiu muito interesse no Strokes. E isso dá medo. Até pouco tempo nos perguntávamos: "Será que só nós gostamos da banda?'", diz Moretti.
"Mas ao mesmo tempo isso nos dá felicidade. Não temos nada a perder. Esse interesse todo na banda nos dá suporte para fazermos o que mais gostamos, que é música", afirma o baterista. Os membros do Strokes largaram recentemente seus empregos "ganha-pão" (trabalhos em bares e videolocadoras) para pensar só na banda.
E do que os meninos do Strokes gostam, quais as influências e tal? "Todo mundo gosta de muita coisa diferente. Falando por mim, posso dizer que adoro Beatles, Stooges e Velvet Underground. Não me identifico com nenhuma banda nova", afirma Moretti, que diz ter em casa CDs brasileiros do Skank e do Djavan, mandados por parentes do Rio.
"Olha, eu tenho os CDs, mas isso não quer dizer que goste." (LR)


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