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ERIKA PALOMINO
ESTA É UMA CONVOCAÇÃO CLUBBER: SE JOGA!
Chegou o momento do culto
ao DJ, a hora oficial em que o
cara comum é transformado
em artista, em condutor das
multidões, em maestro dos
tempos modernos. Quem já
sabe disso faz tempo e quem
está descobrindo agora os mistérios da cultura das pistas de
dança têm no Skol Beats uma
grande oportunidade de celebração. O evento acontece hoje em Curitiba e amanhã em
São Paulo (leia mais à pág. E 8)
e oferece, pelo menos, um programa diferente, além de assunto para o resto do ano...
Em relação à programação,
há quem sinta falta de grandes
estrelas, dos grandes superstars, bem como de shows, em
lugar dos DJs e das live pas. Se
faltam os medalhões, há atrações interessantes para todos
os gostos. Além dos nomes internacionais, o principal mérito deste segundo Skol Beats é
valorizar a produção nacional.
De 2000 para cá, muita gente
passou a produzir, muitos aumentaram seu material especificamente para poder tocar no
evento algo diferente do que os
concorrentes (vamos assumir
que DJ é uma raça competitiva
por natureza). Pois em busca
desse saudável diferencial, e
também de algo novo para
mostrar, o eletrônico com cara
de Brasil ganha corpo.
E, na enquete da semana
passada no site www.erikapalomino.com.br, 83% dos
votantes acham que as megaraves perderam seu vibe original. Nesta semana, a gente pergunta: você gostaria de ver
mais shows ou mais DJs no
Skol Beats? Participe. Quem
sabe eles ouvem.
ELETRÔNICO MADE IN
BRAZIL
O produtor Renato Cohen é um
dos nomes na linha de frente da
produção nacional e se apresenta com seu projeto, o Level
202, no Skol Beats. Ele vai aproveitar para mostrar algumas faixas novas que estarão no seu álbum, ainda sem nome, a ser
lançado neste semestre pelo novo selo de tecno brasileiro, o
Screw. Uma das faixas, "Space",
já faz parte dos sets do DJ e, segundo ele, "tem obtido boa resposta de pista". Guilherme Lopes, do duo de drum'n'bass
Drumagick, diz que eles estão
produzindo em média uma faixa por semana para o evento
"Basicamente, o set vai ser 40%
de produções nacionais", conta.
Jason Bralli também vai tocar
músicas suas, uma delas, ainda
sem nome, abrirá seu set. "Estou ouvindo discos todos os
dias e aumentando o repertório
para fazer uma boa seleção das
faixas que mais funcionam na
pista. Mas estou bem nervoso
de entrar depois de um top DJ
como John Digweed", disse,
sintetizando o espírito.
DJ FAZ TURISMO NO
RIO DE JANEIRO
E John Digweed foi o primeiro a
chegar ao Brasil. Ele veio acompanhado do seu manager e resolveu adiantar sua vinda ao
Rio para poder aproveitar dois
dias de férias -é o máximo que
consegue um DJ dessa posição
no ranking (ele é o número 2 do
mundo, segundo a "DJ"). Como qualquer mortal, o DJ iniciou sua turnê pelo Cristo Redentor e pelo Pão de Açúcar.
Digweed esteve em Maresias,
onde tocou no Sirena, mas muita gente não gostou.
OS DRAMAS DAS
NOMENCLATURAS
Bom, Alex S. diz que vai tocar
no Skol Beats o que ele define
como tech-trance. "É um tipo
de trance que não é muito tocado no Brasil. Às vezes as pessoas
até tocam, mas classificam como tecno mesmo. É totalmente
energético, não tem aquelas paradas "étnicas" do trance convencional." Entre os tranceiros,
a expectativa é o X Dream, a dupla de produtores alemães que
faz um dos PAs de trance psicodélicos mais antigos. "Não sei o
que as pessoas vão achar do
show deles. Hoje em dia, as pessoas têm ouvido mais progressive, de repente elas podem
achar estranho", diz a DJ Roxy,
adepta do estilo. De fato, tem sido um ano de baixas para o
trance. Muitos defensores do
gênero migraram de volta para
o tecno ou se bandearam para
os lados do progressive mesmo.
Tanto que um leitor escreveu
para cá perguntando o que o
Digweed está fazendo na tenda
de trance, já que ele toca progressive house? Ele não deveria
estar na tenda house? Bom, se
estivesse, o povo da house já
sairia de casa com as mãos nos
ouvidos. E o H-Foundation,
que toca tech-house?, não deveria estar na tenda tecno? Imagina, deixa eles lá. Está tudo certo.
E além disso, o povo está mais
preocupado em saber qual tenda vai estar lá no alto da colina
do que com o glossário de gêneros musicais (a saber: é a tenda
drum'n'bass). Quem toca house acha que o H-Foundation toca tecno. Quem toca tecno acha
que eles tocam house. Então
eles são a salvação da lavoura.
Hippi-E e Halo Varga, respectivamente de San Diego e Chicago, são os responsáveis por essa
pequena revolução e representam o chamado "som da Califórnia". Eu gosto. É criativo, desafiador e agradável.
NÃO QUER IR AO
SKOL BEATS?
A maior parte dos clubes não
vai abrir ou vai funcionar com
esquema B, já que as estrelas da
noite de São Paulo e o grosso do
público vão estar no evento.
Muitos funcionarão em esquema de after-hours, como o Lov.e e o Stereo, por exemplo, onde depois entra Renato Lopes
(que abre a tenda tecno) como
convidado. Tem a Lôca, também, onde não rola inverno
nem verão. E, claro, já tem muita gente programando chill-outs pela cidade, para encontrar
os amigos depois do Skol Beats.
ALCANCE MADONNA
NO MUNDO
Madonna definiu as primeiras
datas de sua turnê, a "Drowned
World Tour". Veja se você alcança a fofa em algum lugar do
mundo: começa em Colônia (5
de junho), Barcelona (9), Milão
(14), Berlim (19), Paris (26 e 27
de junho), Londres (4 de julho),
Filadélfia (21), Nova York (25),
Boston (6 de agosto), Washington DC (10), Miami (14), Atlanta (19), Detroit (25), Chicago
(28), Las Vegas (1º de setembro), Oakland (5), Los Angeles
(9). Ela chamou sabe quem para
fazer parte de sua banda? O Jacques Lu Cont, do Les Rhytmes
Digitales, aquele truqueiro que
veio aqui tocar na U-Turn. Diz
que quem recomendou Lu
Cont para Madonna foi o Mirwais. Mui amigo.
HOUSE ESPIRITUAL
FORA DO CLUBE?
Sinceramente, não sei se vai dar
muito certo. Afinal, os resultados obtidos por Joe Claussell
em sua famosa residência nova-iorquina, o Body & Soul, contam e muito com a atmosfera
única da festa dominical no
Vinyl. Para se ter uma idéia, um
dos "truques" é jogar talco no
chão do clube, para que os dançarinos possam deslizar e rodopiar melhor. Em chão de terra,
pedra e grama, sem as proteções das paredes baixas do clube, ficaremos somente com o
mexe-mexe de frequências.
Sei não...
Colaborou Camila Yahn, free-lance para
a Folha
Internet : www.erikapalomino.com.br
E-mail : palomino@uol.com.br
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