São Paulo, sexta-feira, 20 de abril de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Skol Beats 2001 traz menos DJs que a edição anterior e vários nomes que já tocaram no país

Quase redondo

Festival começou ontem no Rio, acontece hoje em Curitiba e amanhã tem sua maior etapa em São Paulo

MARCELO NEGROMONTE
DA REDAÇÃO

É como "No Limite": o primeiro era novidade e foi um sucesso; o segundo precisava superar as altas expectativas, o que não aconteceu. Pelo menos é o que diz o line-up do Skol Beats deste ano, a segunda edição do autoproclamado "maior festival de música eletrônica do país".
O evento faria jus ao epíteto se trouxesse os maiores DJs do mundo e não apenas fizesse barulho com anúncios em rede nacional de TV e infra-estrutura de encher os olhos. Afinal, o Skol Beats faz parte do investimento anual de marketing da AmBev, orçado em R$ 330 milhões -a produtora não divulga valores exatos sobre o festival. Se é tão grande, onde estão Moby, Carl Cox, Fatboy Slim, Daft Punk?
Também não há, como nos melhores festivais do ramo, um palco destinado a apresentações ao vivo. O inglês Homelands, o maior "Skol Beats" do mundo, abriga este ano shows do Orbital e Pulp.
Já é tempo de tratar a música eletrônica de outra forma que não simplesmente buscando em seu exigente público mais consumidores de cerveja.
Tudo continua muito mega, porém com atrações a menos e uma cidade a mais (Rio, ontem) do que a primeira edição, em 2000. A versão paulistana (amanhã) apresenta 42 DJs -foram 49 em 2000-, sendo 12 internacionais e 30 brasileiros, e é a maior etapa do festival, que também acontece em Curitiba (hoje; veja quadro abaixo).
O Skol Beats 2001 também é menos representativo que o anterior, quando vieram os DJs Westbam, Green Velvet, Bob Sinclair, Fabio e Frankie Knuckles. Além disso, boa parte das atrações internacionais deste ano já tocou uma ou mais vezes por aqui, como John Digweed, Ray Keith, Bryan Gee, Roger Sanchez e Mr. C.
Serão quatro tendas temáticas e ainda didáticas de 1.500 m2: tecno, house, drum'n'bass e trance, que funcionarão das 16h às 9h em SP.
Este ano, a grande atração do evento é o anglo-canadense Richie Hawtin, um dos nomes mais respeitados do tecno underground, (mais) conhecido também como Plastikman. Musicalmente é como se Hawtin tivesse sido criado em Detroit, cidade vizinha ao Canadá de onde vêm suas raízes, mais especificamente de DJs pioneiros como Kevin Saunderson e Derrick May.
Espere tecno minimalista, cerebral e com texturas rítmicas complexas, como no seu último e excelente álbum "Decks, FX & 909".
Ainda na tenda tecno, Mr. C, residente e sócio do clube The End londrino, e o DJ Rolando, da coletividade engajada e underground até no nome Underground Resistance, de Detroit, são outros bons nomes para dançar.
Roger Sanchez e Joe Claussell, este da dominical Body & Soul, de Nova York (leia texto ao lado), são os principais DJs da tenda house, que ainda destaca a dupla americana H-Foundation, uma possível revelação do evento.
Na tenda trance cabe tudo sob a mesma lona: de John Digweed e seu progressive ao psy-trance da dupla alemã X-Dream.
E o fiel público de drum'n'bass encontrará o que procura com alguns dos bons nomes do gênero, como Bryan Gee ("descobridor" de Marky), Ray Keith e os brasileiros Patife e Marky.


Texto Anterior: Canto lírico: Teresa Berganza cancela apresentação no Brasil
Próximo Texto: Meninos, eu vi: Body & Soul sorria com Joe Claussell no último domingo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.