Sai edição brasileira das primeiras tiras com o cão Duque e o gato Chuchu, criados há 15 anos nos EUA

PEDRO CIRNE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os animais sempre tiveram ótimos representantes no mundo dos quadrinhos, como Krazy Kat, Snoopy e Garfield. Outro exemplo, mais recente, de HQs de humor estreladas por bichos sai agora em livro no Brasil: "Mutts. - Os Vira-Latas", do norte-americano Patrick McDonnell. A edição traz as primeiras tiras do cão Duque e do gato Chuchu, que começaram a circular nos jornais norte-americanos há 15 anos.
"Nós todos amamos a companhia de animais", diz McDonnell, ao explicar o sucesso de caninos e felinos nos quadrinhos. "Eles nos ajudam a sair de nossas cabeças e voltar ao presente e à natureza. Eles têm uma inocência e uma alegria de vida que contribuem para que uma personagem de quadrinhos se torne alguém com quem deseje passar algum tempo diariamente."
Dois animais em quadrinhos e um na vida real estão envolvidos na criação de "Mutts". Pogo, o pequeno gambá criado por Walt Kelly em 1944, é a memória mais antiga de McDonnell enquanto leitor de quadrinhos. E o cão Snoopy, de Charles Schulz, é a razão pela qual o "pai" de "Mutts" decidiu tornar-se quadrinista -Schulz (1922-2000), anos mais tarde, se tornaria fã da obra de McDonnell, e é ele quem assina o prefácio da edição que está sendo lançada no Brasil.

Earl e Mooch
Quando McDonnell começou a escrever "Mutts", a inspiração estava ao seu lado: seu cão Earl, que inclusive, "emprestou" seu nome a um dos protagonistas: Duque e Chuchu se chamam, em inglês, Earl e Mooch. O nome da tira ("vira-latas") vem, segundo conta, do fato de "sermos, na verdade, todos vira-latas, e também para homenagear uma tira em quadrinhos dos primórdios da arte: "Mutt e Jeff" [série criada em 1907 por Bud Fisher]".
"Mutts" é uma combinação do meu amor por histórias em quadrinhos e meu amor por animais", sintetiza McDonnell, que incentiva a adoção de animais e a preservação da natureza em suas tiras. "Sou apaixonado por animais e tento o meu melhor para ajudar nossos companheiros que partilham este planeta conosco."
Para McDonnell, o que distingue sua história de outras HQs com bichos é o fato de ele não "humanizar" seus personagens. "Eu tento manter meus animais como animais. Isso estimula as ligações especiais que temos com os nossos bichos de estimação. Em uma mídia de muita ironia, tento manter meu "Mutts" uma HQ positiva e espalhar um pouco de luz."