DA SUCURSAL DO RIO

Um dos criadores do Cineclube Estação Botafogo, embrião do hoje gigante Grupo Estação, Adhemar Oliveira está de volta ao bairro da zona sul carioca que ajudou a transformar em uma Cinelândia contemporânea. Ele abre hoje ao público, na praia de Botafogo, as seis salas do Unibanco Arteplex.
Em cartaz, filmes variados: o blockbuster "Star Wars: Episódio 3 - A Vingança dos Sith", o independente "A Vida Marinha com Steve Zissou", o clássico nacional "Terra em Transe", a comédia brasileira "Bendito Fruto", o italiano "A Janela da Frente" e "Um Filme Falado", do português Manoel de Oliveira.
"Será uma programação diversificada, sem restrições a gêneros, seguindo o que acontece nas outras cidades", diz Oliveira, 49, que cuida ao lado do sócio, o crítico Leon Cakoff, de 60 salas no país.
Para ele, dada a carência de cinemas que há no Rio, o Arteplex não será uma concorrência às seis salas que o Grupo Estação tem nas proximidades.
"Será uma soma, porque há uma grande fatia da produção independente que não é exibida no Rio por falta de salas. Há campo para novos cinemas", afirma.
O Arteplex ocupa o lugar em que, até o ano passado, agonizavam os dois últimos cinemas pornôs da zona sul: Coral e Scala.
Depois de 11 meses de obras, as duas grandes salas (mil e 800 lugares) deram lugar a seis menores, capazes de abrigar entre 124 e 266 pessoas.
Uma das bandeiras da divulgação dos novos cinemas é o sistema de som dolby digital aprovado pela THX, empresa de George Lucas. O espaço ainda tem livraria, bistrô e uma galeria de exposição, que abre com a mostra "Vistas de Botafogo", do fotógrafo Marc Ferrez (1843-1923).
Embora o patrocinador seja o mesmo, Oliveira não garante que suas salas farão parte, em setembro, do tradicional Festival do Rio, organizado pelo Grupo Estação. "Eu analiso proposta a proposta. Se for interessante, vamos estudar", diz ele, que criou o cineclube em 1985 e rompeu com o Estação nos anos 90, abrindo uma rede própria.