São Paulo, quarta-feira, 20 de maio de 2009

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"I Love You Phillip Morris" agrada plateia

GABRIELA LONGMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CANNES

A cena rodou o mundo: Jim Carrey e Ewan McGregor com os lábios colados à beira-mar. Depois da pré-estreia no Festival de Sundance, em janeiro, a comédia dramática "I Love You Phillip Morris", foi exibida ontem em Cannes, dentro da Quinzena dos Realizadores, e arrancou aplausos.
Escrito e dirigido pela dupla estreante Glenn Ficarra e John Requa, o filme é baseado em história real: um homem gay (Carrey) que conhece o amor de sua vida (McGregor) na prisão e faz tudo para tirá-los dali. Num segundo momento, querendo dar ao namorado uma vida luxuosa, se envolve numa sequência de trambiques. As cenas de amor e sexo entre o casal são como as de qualquer outra comédia romântica.
"Quisemos fazer um filme sobre estar apaixonado, e não sobre ser gay", disse Requa, em entrevista coletiva. "Depois de "Brokeback Mountain" e "Milk", acho que o caminho está aberto, e o público recebe tudo isso com mais naturalidade."
No filme, Rodrigo Santoro faz uma ponta como um primeiro namorado de Carrey. "Por que escolhemos o Rodrigo? Basta olhar para ele", diverte-se Ficarra.
"Falando sério, Rodrigo soube transitar como ninguém entre um "toy boy" e as cenas dramáticas."
Os diretores aproveitaram para desmentir os rumores de que o filme estaria sem distribuição garantida nos EUA.
"Já temos um distribuidor. Tudo está dando certo. Quando o nome de Jim Carrey surgiu, a gente deu risada. Nosso orçamento não seria suficiente para pagar o cachê... Mas o produtor resolveu mandar o roteiro, e Carrey topou a empreitada ganhando menos. O filme é sobre um homem à procura de sua identidade, e acho que ele se identifica com esse tema."
Pouco antes da exibição, Carrey subiu ao palco e se desculpou: não estaria presente na coletiva. "Ainda assim, queria dizer que há três roteiros que decidi fazer na hora em que li: "O Show de Truman", "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças" e "Phillip Morris"."
O ator foi a Cannes para o pré-lançamento de "A Christmas Carol", superprodução em três dimensões. Há quem sugira que a Disney, responsável pela empreitada, queira preservar ao máximo sua imagem de heterossexual. Trata-se de Charles Dickens, afinal.

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