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"I Love You Phillip Morris" agrada plateia
GABRIELA LONGMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM
CANNES
A cena rodou o mundo: Jim
Carrey e Ewan McGregor com
os lábios colados à beira-mar.
Depois da pré-estreia no Festival de Sundance, em janeiro, a
comédia dramática "I Love You
Phillip Morris", foi exibida ontem em Cannes, dentro da
Quinzena dos Realizadores, e
arrancou aplausos.
Escrito e dirigido pela dupla
estreante Glenn Ficarra e John
Requa, o filme é baseado em
história real: um homem gay
(Carrey) que conhece o amor
de sua vida (McGregor) na prisão e faz tudo para tirá-los dali.
Num segundo momento, querendo dar ao namorado uma vida luxuosa, se envolve numa sequência de trambiques. As cenas de amor e sexo entre o casal
são como as de qualquer outra
comédia romântica.
"Quisemos fazer um filme
sobre estar apaixonado, e não
sobre ser gay", disse Requa, em
entrevista coletiva. "Depois de
"Brokeback Mountain" e "Milk",
acho que o caminho está aberto, e o público recebe tudo isso
com mais naturalidade."
No filme, Rodrigo Santoro
faz uma ponta como um primeiro namorado de Carrey.
"Por que escolhemos o Rodrigo? Basta olhar para ele", diverte-se Ficarra.
"Falando sério, Rodrigo soube transitar como ninguém entre um "toy boy" e as cenas dramáticas."
Os diretores aproveitaram
para desmentir os rumores de
que o filme estaria sem distribuição garantida nos EUA.
"Já temos um distribuidor.
Tudo está dando certo. Quando
o nome de Jim Carrey surgiu, a
gente deu risada. Nosso orçamento não seria suficiente para
pagar o cachê... Mas o produtor
resolveu mandar o roteiro, e
Carrey topou a empreitada ganhando menos. O filme é sobre
um homem à procura de sua
identidade, e acho que ele se
identifica com esse tema."
Pouco antes da exibição, Carrey subiu ao palco e se desculpou: não estaria presente na coletiva. "Ainda assim, queria dizer que há três roteiros que decidi fazer na hora em que li: "O
Show de Truman", "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças" e "Phillip Morris"."
O ator foi a Cannes para o
pré-lançamento de "A Christmas Carol", superprodução em
três dimensões. Há quem sugira que a Disney, responsável
pela empreitada, queira preservar ao máximo sua imagem de
heterossexual. Trata-se de
Charles Dickens, afinal.
NO BLOG - Leia o diário do festival
folha.com.br/ilustradanocinema
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