FERNANDO BONASSI

Chego ao último galho. Vejo do céu meus amigos de classe num círculo boquiaberto. Venta gelado nos meus cabelos. Solto uma mão. De repente, um barulho. Sei que vai acontecer. Solto outra. Um instante depois estou caindo. Gravo cada ranhura do tronco enquanto despenco. Bato de peito. Mais de uma vez. Espero ar voltar pra me erguer. Eles continuam boquiabertos. Há um segundo cotovelo perto do meu pulso. Não sinto dor. Não sinto nada. Só que devo me mandar. Ainda tenho uma aula, mas saio andando. Cruzo portão sem tchau. Só choro depois da esquina.



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