ANNA LEE
da Sucursal do Rio

Há quatro anos, quando os produtores David Brown e Richard Zanuck resolveram reapresentar à Paramount Pictures o projeto do filme "Impacto Profundo", de 1976, só conseguiam pensar em Steven Spielberg para dirigi-lo.
Afinal, eles lançaram Spielberg produzindo "A Louca Escapada", em 74, e dando a ele a direção de "Tubarão", em 75. Segundo Brown, ninguém mais sabe fazer cinema à maneira deles.
"Fazemos filmes que, apesar de comerciais, têm cérebro", disse ele em coletiva concedida no Rio.
O produtor contou que, quando Spielberg foi convidado para dirigir "Tubarão", quis recusar porque "era um filme comercial e ele queria fazer filmes de arte".
Hoje, Spielberg faz os filmes que quer e, por isso, não pôde aceitar o convite para dirigir "Impacto Profundo". Estava envolvido com "Amistad", já lançado, e "Saving Private Ryan", em finalização.
De qualquer forma, o diretor se uniu a Brown e Zanuck no projeto, por meio de sua produtora, a DreamWorks, e indicou a diretora, Mimi Leder ("O Pacificador").
Ele participou também da escolha do elenco, que tem como destaque Morgam Freeman, no papel de presidente dos EUA. "Não escolhemos o Freeman porque ele é negro e queríamos ser politicamente corretos, aliás detesto esse tipo de coisa", disse Brown.
"Nossa intenção foi ter um ator que pudesse passar compaixão diante da reação das pessoas ao saberem que o mundo vai acabar. Queremos que o público reflita."
O próprio Brown já teve a oportunidade de fazer essa reflexão. Contou que, em março deste ano, quando astrônomos norte-americanos anunciaram que em 2028 um asteróide poderá colidir com a Terra, teve três pensamentos.
Primeiro, que não precisava se preocupar, pois provavelmente não estará vivo, já que tem 84 anos. Segundo, avaliou o impacto que isso teria no mercado de ações, pois é investidor. E terceiro, que a notícia seria muito boa para a divulgação de "Impacto Profundo". E foi. Só no primeiro fim-de-semana nos EUA, o filme rendeu US$ 42 milhões.



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