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MUNDO DE BACO
Nova linha amplia chilenos no Brasil
JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA
Uma nova linha de vinhos
chilenos amplia o (já variado) leque de goles do outro lado
da cordilheira disponível no Brasil. Durante um jantar realizado
segunda-feira passada no restaurante D.O.M., em São Paulo, a Viña Caliterra lançou os Arboleda,
conjunto de vinhos destinados a
serem os exemplares top da casa.
A Caliterra é um dos frutos da
sociedade entre Eduardo Chadwick, dono da Viña Errazuriz,
uma tradicional vinícola chilena
do Vale de Aconcágua, e a Robert
Mondavi Winery, renomada produtora da Califórnia. O outro rebento da parceria é Seña, uma firma que produz com esse nome
cerca de 6.000 caixas por ano de
um supertinto que está entre os
melhores do país.
Os estreantes são produzidos
numa nova cantina construída
em Arboleda (que significa arvoredo), uma propriedade de mil
hectares no Vale de Colchagua, a
cerca de 200 km ao sul de Santiago, e que já conta com 210 hectares de vinhedos.
Um branco, chardonnay, e quatro tintos: cabernet sauvignon e
merlot, clássicas nos rubros chilenos, carmenère, nova coqueluche
do país, e syrah, uma cepa em ascensão tanto no Chile como na
Argentina. As uvas do chardonnay vieram dos vinhedos de La
Escultura, no vale de Casablanca,
entre as cidades de Santiago e Viña del Mar. As do cabernet sauvignon, de Los Morros, uma propriedade da Caliterra no vale de
Maipo. O resto das uvas é oriunda
de Arboleda.
Na ala dos brancos, o chardonnay, envelhecido em barris novos
e usados de carvalho francês e
americano (fórmula de amadurecimento que se repete no resto
dos vinhos), impressionou bem,
mostrando bom equilíbrio entre
fruta (leve manga, maçã em calda,
toques cítricos) e madeira (leve
cravo e torrefação) e paladar com
boa persistência.
Os tintos mostraram também
boa performance. O syrah, com
aromas de madeira evidentes, exibiu paladar redondo e frutado
(mas poderia ser mais longo e
concentrado). Um degrau acima
ficaram o cabernet sauvignon
(denso, com boa complexidade,
combinando eucalipto, cassis e leve goiaba no aroma e no sabor) e
o carmenère, de boa textura, dominado por notas de ameixas
pretas e pinceladas herbáceas.
Melhor ainda foi o merlot, um
vinho de características frutadas
intensas, complementadas por
toques florais e outros próprios,
talvez do amadurecimento em
madeira, como baunilha ou o delicioso chocolate que aparece no
final.
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