São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 2003 |
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ERICA PALOMINO UFA: J.PIG PROVA QUE HÁ ESPERANÇA NA MODA
A edição do verão 2004 do
Amni Hot Spot, de 10 a 12 de
junho, teve como marco a revelação do jovem estilista J.P.,
para a marca J.Pig, estreante no
evento. É um desses contos
que, felizmente, ainda acontecem na moda, um ambiente
que todos criticam pela competitividade e dificuldade de
furar "panelas". É a prova de
que ainda há espaço para a esperança e para o sonho. Aos 22
anos, J.P. está no quinto período do Senac, começou por acaso, quando acabou o dinheiro
da família para pagar a faculdade de fisioterapia. Viu um
folder de um curso de produção de moda e se interessou.
Fez o tal curso e foi trabalhar
como camareiro na São Paulo
Fashion Week, onde conheceu
André Lima e entrou para sua
equipe. De lá trabalhou na
Foch e na Beneduci. Atualmente, é assistente de Maxime
Perelmuter, que conheceu nos
dez anos da "Noite Ilustrada".
No Hot Spot, encheu a passarela de frescor ao misturar festa
caipira com hip hop, numa coleção otimista e feminina, com
muitas cores e flores, cheia de
desejos do momento. E depois
surpreendeu a todos quando
entrou na passarela, sorridente
e feliz, recebendo a ovação do
público carregando um porquinho. A produtora-executiva do evento, Graça Borges,
que ficou o dia todo com pena
do bichinho, acabou levando o
animal para sua fazenda. Uma
história com final feliz. E o melhor: só começando. @ - palomino@uol.com.br JOVENS CRIADORES REFRESCAM A MODA O Hot Spot trouxe incrível consistência. Mais concentrado nos profissionais da moda, o evento proporciona o desenvolvimento de novos nomes para alimentar o mercado. Emilene Galende acerta o ponto, equilibrando estilo pessoal com um trabalho de silhueta e cores, numa coleção de vocação folk, girlie e otimista. Wilson Rainieri evolui num desfile de puro parnasianismo fashion, evocando Klein num desfile intelectualizado e elaborado. Simone Nunes aciona os azulejos de Gaudí para um feminino trabalho de recortes que se opõe à androginia de seus looks urbanos e secos. Fábia Bercsek traz seu excelente trabalho de ilustração e marca pontos ao criar interessantes figuras femininas, em que a roupa desenha seu estilo. Eduardo Inagaki, mais sério, brinca com o trench-coat, com contemporâneos resultados, encontrando a modernidade nas maxiestampas coloridas. Deoclys Bezerra mostra um bom trabalho de silhuetas e cores suaves. Por fim, a divertida e inteligente performance de Adriano Costa traz uma boa dose de niilismo às passarelas, fortalecendo a t-shirt como mídia (veja fotos no site www.erikapalomino.com.br). A próxima etapa é a Casa de Criadores, que acontece de quarta a sábado no shopping Center Light. CAMISETAS OCUPAM LUGAR NOBRE Mais uma camiseteira hype estréia nas passarelas. É a estilista Rita Wainer, que se apresenta na Casa de Criadores com sua marca Theodora. A despretensiosa coleção segue a mesma linguagem das suas t-shirts, com frases, estampas e bordados. "Eu me inspirei em uma dedicatória de Charles Baudelaire para uma amiga invisível. Vou fazer esse desfile para meus amigos imaginários." na noite ilustrada... Hoje na Level tem David Knapp, DJ das White Party de Miami, e um dos preferidos das barbies. O Ultralounge reinaugura em novo endereço, à r. da Consolação, 3.031, com os DJs Douglas, Renato Lopes e Doctor; tem Freak Chic no D-Edge com Marcão Morcerf e Pareto e Technova no Lov.e com Mau Mau, Grace Kelly Dum e Gu. No Xingu tem Electroshock, com Luca e Liana e Black Mood no Mood com Grand Master Ney. Sábado tem XXXperience em Campos do Jordão, com Roxy, Feio, Vitor Lima e Alex S. Os ursos fazem festa no Allegro, com Beto de Jesus como DJ; no Mood tem House Evolution, com Flavia Carrara e Marcio Zanzi. Depois da Parada Gay, se jogue no Ultra com Paulo Ciotti e Renato Cecin, que também toca na festa "polissexual" Kali Nato (r. Castro Verde, 480) com Mau Mau e Renato Lopes AMIGOS DA MÚSICA ELETRÔNICA SE UNEM É a maior união já vista na noite de São Paulo. Dezoito dos principais líderes da cena eletrônica acabam de criar a associação Amigos da Música Eletrônica (AME). O objetivo é "mostrar que a música eletrônica tem tudo a ver com inclusão social, geração de empregos, formação de novos talentos. Por trás do aparente hedonismo inconsequente há um movimento cultural e socioeconômico", diz o manifesto do grupo (www.ami gosme.org). O trabalho é a realização do evento eletrônico Parada da Cidade, em 26 de outubro, independente da Parada da Paz. Aspectos sociais serão reforçados, com o envolvimento em causas como Aids, coleta seletiva de lixo e informações sobre danos causados pelas drogas. Com seus dez anos de vida, esta coluna não poderia ficar de fora desta iniciativa tão bem-intencionada, então aqui você poderá acompanhar esse momento mais maduro da comunidade eletrônica nacional. Texto Anterior: Mídia: Empresa mobiliza braços para promover desenho Próximo Texto: Música: Funk carioca faz balançar Central Park Índice |
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