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Crítica
"O Poderoso Chefão" é síntese da América
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
As histórias que cercam "O Poderoso Chefão" (TCM,
23h45; 12 anos) são tão interessantes quanto o filme. Por
exemplo: o estúdio não queria
Al Pacino, um ator desconhecido, no papel de Michael Corleone. E também não confiava
em Francis F. Coppola, de tal
modo que, durante ao menos
duas semanas, havia um diretor a seu lado: caso fosse despedido, o outro já saberia por onde começar.
O espantoso não é que isso
tenha acontecido, mas que tenha acontecido no que é possivelmente o maior filme do cinema americano nos últimos
40 anos. Coppola fez um filme
que é ao mesmo tempo épico e
íntimo, criminal e familiar. É o
que se pode chamar de uma autêntica saga.
Estamos no pós-guerra e o
reino de Don Corleone encontra-se ameaçado. É simples assim. Mas disso Coppola (a partir do livro de Mario Puzo) fez
um episódio lendário, que fala
de valentia, gênio, imigração,
pertencimento, corrupção,
morte. Enfim, da América, sua
vitalidade e mazelas.
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